Data da visita de Costa a Angola depende do processo de Manuel Vicente

Processo de Manuel Vicente tem de estar fisicamente em Angola para que a data da visita oficial seja fechada, diz Marques Mendes. E critica a pensão pornográfica de Jardim Gonçalves: 5.500 euros/dia.

Para formalizar as datas da visita de António Costa a Angola, Luanda exige que o processo de Manuel Vicente esteja fisicamente no país, revelou Luís Marques Mendes Mendes no seu comentário semanal na Sic. O comentador avança assim que a visita só poderá acontecer “nos últimos dias deste mês, ou no princípio de julho”.

“O acórdão só transita em julgado no dia 11 de junho, só depois baixa à primeira instância e só depois daí é transferido para Angola”, o que atira a visita para o final deste mês ou início do próximo. Ainda que o programa esteja todo concluído, como garantiu Marques Mendes. Mas “para Angola não chega a decisão” das autoridades judiciais nacionais de transferir o processo para Angola, ele “tem de estar fisicamente em Angola”

Jardim Gonçalves tem uma pensão quase pornográfica

Marques Mendes defende que o fundador e antigo presidente do BCP, Jardim Gonçalves, deveria, por iniciativa própria sugerir ao BCP uma redução da sua pensão de reforma. O problema não não se coloca no plano legal, mas sim ético. “Receber uma pensão de 5.500 euros por dia, quando há milhares de pensionistas portugueses que não conseguem receber isso num ano, não é um problema de legalidade, mas de moralidade”, diz o comentador.

Receber uma pensão de 5.500 euros por dia, quando há milhares de pensionistas portugueses que não conseguem receber isso num ano, não é um problema de legalidade, mas de moralidade.

Luís Marques Mendes

Depois de o Tribunal de Sintra ter dado razão a Jardim Gonçalves para que mantenha a pensão de reforma que recebe desde que se reformou em 2005, com 69 anos: 167 mil euros mensais mais o pagamento de várias despesas como segurança, carro e motorista, Marques Mendes lembra que “as circunstâncias mudaram” e se quando ficou decidido atribuir-lhe uma pensão de 167 mil euros por mês poderia justificar-se, “agora não”. Marques Mendes recordou que o banco “até precisou de ajuda do Estado”, “foi alvo de uma reestruturação profunda, com cortes de salários e “só agora começa a levantar a cabeça”. “Isto é uma afronta. Jardim Gonçalves tem e teve grande responsabilidade social. E perante esta mudança de circunstâncias, deveria ser ele a sugerir uma pensão razoável, porque esta é quase pornográfica”, concluiu.

No seu habitual espaço de comentário Marques Mendes falou defendeu que esta foi uma semana que correu bem a António Costa, não só pelo resultado da votação no Parlamento dos quatro projetos relativos à eutanásia, mas também porque na negociação dos fundos europeus para o período pós 2020, a proposta inicial da Comissão aponta para um corte de 7% na Política de Coesãoinferior a que inicialmente se temia. Além disso, conseguiu acordo em sede de concertação social para alterar as leis laborais. E contou com a visita de dois dias da chanceler alemã, Angela Merkel, a Portugal, “que lhe deu aval junto do eleitorado moderado do centro”.

“Esta semana tivemos Costa a governar ao centro e a trabalhar para conquistar o eleitorado do centro. Há seis anos, Merkel esteve em Portugal cinco horas. Foi apupada e criticada pelo próprio PS. Agora foram dois dias. Não foi Merkel que mudou, mas sim o PS que já não está na oposição mas sim no centro”, defendeu.

Por isso, Marques Mendes frisa que é fundamental que o líder do PSD se demarque do PS e apresente propostas alternativas. “Parece que o PSD é a muleta do Governo. Parece que Costa tem uma geringonça à esquerda e um bloco central à direita”, concluiu.

 

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