Obrador é o novo Presidente do México

  • ECO e Lusa
  • 2 Julho 2018

Andrés Manuel López Obrador, deverá vencer as eleições da Presidência do México com mais de 50% dos votos, segundo os primeiros dados oficiais do Instituto Nacional Eleitoral.

Andres Manuel Lopez Obrador ganhou as eleições presidenciais no México com a maior vantagem desde os anos 80, revela a Reuters. Está assim aberto o caminho para o Governo mais à esquerda na história da democracia mexicana, num momento de forte tensão política com a Administração Trump.

O veterano da esquerda Lopez Obrador prometeu desde o início da campanha combater a corrupção e a pobreza para travar a violência no país. No domingo à noite disse “que a principal promessa é não permitir a corrupção nem a impunidade”, à saída do seu gabinete.

“Eu sou teimoso, é sabido”, admitiu. “É com esta convicção que vou agir como Presidente da República, teimosamente, com perseverança, com uma cegueira quase doida: vou acabar com a corrupção”, garantiu Lopez Obrador, no dia em que o seu partido, Movimento Nacional de Regeneração (Morena), o nomeou para candidato às presidenciais.

É com esta convicção que vou agir como Presidente da República, teimosamente, com perseverança, com uma cegueira quase doida: vou acabar com a corrupção.

Andres Manuel Lopez Obrador

Presidente do México

Lopez Obrador foi candidato às eleições presidenciais em 2006 e 2012. À terceira tentativa e com 64 anos, ‘AMLO’, como é vulgarmente tratado, conseguiu, enfim, vencer as eleições, tornando-se assim presidente da segunda maior economia da América Latina. “Acho que é um homem cuja qualidade principal é a tenacidade”, considerou o escritor e historiador Paco Ignacio Taibo II, um amigo próximo do candidato, à AFP.

O Presidente eleito tem a ambição de lutar contra a pobreza e o “neoliberalismo que causou muitos danos ao México”, afirmou Taibo. Em particular, pretende lançar grandes projetos, aumentar o salário mínimo, facilitar o acesso à Internet para todos, oferecer bolsas de estudo aos estudantes e aumentar a autossuficiência alimentar do país.

O futuro Presidente do México procurou sempre na sua carreira política cultivar uma imagem de simplicidade e honestidade, tentando assim distinguir-se da classe política tradicional que governa o país há quase um século, a qual ele chama de “máfia do poder”.

Apesar da longa carreira política e de ter sido presidente da Cidade do México (2000-2005), Lopez Obrador apresentou-se nestas eleições como um “antissistema”. Durante a campanha garantiu que vai vender o avião presidencial, que vai transformar a residência presidencial num centro cultural, que vai reduzir para metade os salários dos altos funcionários da administração e que continuará a viver no seu apartamento na capital mexicana.

Originalmente do Estado de Tabasco (sudeste do país), começou a sua carreira política em 1976 Partido Revolucionário Institucional (PRI), partido do ainda Presidente mexicano, Peña Nieto, deixando o partido em 1988 para se juntar ao partido de esquerda Partido da Revolução Democrática (PRD). Em 2014 juntou-se finalmente ao Morena.

A tónica da campanha eleitoral de Lopez Obrador foi a contra a corrupção, uma mensagem que conseguiu cativar a população, indignada com os escândalos que açularam o mandato do Presidente cessante, Peña Nieto.

O candidato da esquerda do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), Andrés Manuel López Obrador, deverá vencer as eleições da Presidência do México com mais de 50% dos votos, segundo os primeiros dados oficiais do Instituto Nacional Eleitoral (INE). De acordo com uma mostra de 7.700 atas de votação elaborada por aquele organismo, López Obrador deverá garantir entre entre 53% e 53,8% dos votos, anunciou o presidente do INE, Lorenzo Córdova, ao final da noite de domingo.

Nestas eleições foram chamadas às urnas cerca de 89 milhões de cidadãos para eleger o Presidente do país e outros 3.400 cargos públicos, entre eles governadores de oito estados e o chefe de Governo da capital do país. Esta campanha eleitoral foi definida por vários especialistas como “a mais violenta” da história do país e, de acordo com o gabinete de estudos Etellekt, pelo menos 145 políticos ou ativistas envolvidos foram assassinados no México, incluindo 48 candidatos ou pré-candidatos.

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