Gastos do Estado estagnados no primeiro semestre. Na saúde dispararam

  • ECO
  • 7 Agosto 2018

As administrações públicas adquiriram menos bens e contrataram menos serviços no primeiro semestre, mostram contas ajustadas da UTAO. A excepção foi a saúde, onde os gastos dispararam 15,5%.

A primeira metade do ano voltou a ser marcada pelas limitações no lado da despesa pública. Excluindo a saúde, os restantes setores foram alvo de novos cortes ou de subidas muito ligeiras no nível de aquisição de bens e serviços. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago) que refere uma nota de análise à execução orçamental da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

“No período de janeiro-junho de 2018, o grau de execução da despesa com aquisição de bens e serviços ficou abaixo do observado no mesmo período de 2017”, diz a nota da UTAO citada pelo Jornal de Negócios, que analisa a execução orçamental em contabilidade pública, ou seja, na ótica de caixa.

A componente de despesa analisada inclui um vasto leque de bens e serviços como material de escritório, produtos químicos, combustíveis, transportes, telecomunicações, limpeza, vigilância, conservação de bens, entre outros.

De acordo com a análise da UTAO, excluindo o programa de saúde, a despesa por parte das administrações públicas com a aquisição deste tipo de bens e serviços quase estagnou no primeiro semestre deste ano. Registou uma queda de 0,1%, ou de dois milhões de euros, face ao mesmo período do ano passado, ficando assim aquém do esperado. Tal beneficia o Orçamento do Estado que, excluindo a saúde, representaria uma variação implícita de 21,7% no OE2018.

Na saúde, contudo, o rumo da despesa foi bastante diferente. De acordo com a UTAO, a aquisição de bens e serviços disparou 15,5%, pesando mais 416 milhões de euros na despesa do Estado.

Investimento público novo aquém do objetivo

O Dinheiro Vivo (acesso grátis) também olhou para o relatório elaborado pelos técnicos da UTAO que dão conta ainda de um crescimento aquém do pretendido pelo Governo no que respeita ao investimento público. Segundo a nota de análise, com data de 2 de agosto, descontando as concessões rodoviárias, o crescimento do novo investimento público é de apenas 3,7%. A meta do Executivo de António Costa contida no Orçamento é de 48,3%, compara a UTAO.

“Excluindo a despesa com concessões [estradas], o grau de execução do investimento situou-se em 24,5%, sendo 10,5 pontos percentuais inferior ao verificado no semestre homólogo, o que reflete uma subida de 3,7% até junho de 2018, abaixo do crescimento implícito ao OE2018 (48,3%)”, refere o documento citado pelo Dinheiro Vivo.

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