Preços altos? OPEP diz que a procura por petróleo vai cair

"Não há motivo para alarme", diz Mohammad Barkindo. O secretário-geral da OPEP desvaloriza os máximos do petróleo, antecipando uma quebra na procura pela matéria-prima a nível mundial.

A OPEP está a produzir mais petróleo. Apesar das sanções dos EUA terem provocado uma quebra no Irão, a Rússia acabou por compensar, ditando um aumento da oferta por parte do cartel. Há um aumento na produção numa altura em que, estimam os países que são responsáveis por cerca de 40% do petróleo mundial, a procura deverá encolher. O arrefecimento da economia deverá travar o apetite pelo “ouro negro”, uma vez que o mundo precisará de quase menos 900 mil barris de petróleo do grupo por dia.

A Rússia aumentou a produção de petróleo em 150 mil barris por dia para um novo recorde de 11,54 milhões de barris por dia, revelou a OPEP esta quinta-feira, no relatório mensal referente a setembro, citado pela Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês). Em contrapartida, o Irão reduziu a produção de “ouro negro” para um total de 3,45 milhões de barris por dia e a Venezuela perdeu 42 mil barris por dia. Ainda assim, a produção global no mês passado foi de 32,76 milhões de barris por dia.

Este recuo na produção do Irão acontece depois de Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do acordo nuclear com o país em maio, e ter anunciado novas sanções. Para além disso, o presidente norte-americano recomendou aos país que parassem de comprar petróleo ao Irão a partir de 4 de novembro, podendo incorrer em “duras sanções” caso não cumprissem essas recomendações.

Mesmo com o aumento da produção, o petróleo continua a valorizar nos mercados internacionais, estando em torno dos 85 dólares em Londres. “Não há motivo para alarme“, disse Mohammad Barkindo, em Londres, durante a conferência Oil and Money. O secretário-geral da OPEP afirmou que a organização mundial e os seus aliados “estão prontos e dispostos a continuar a certificar-se que o mercado continua a ser bem fornecido”, procurando evitar picos nos preços da matéria-prima.

A OPEP não está preocupada com os máximos que têm vindo a ser alcançados pelos preços do petróleo, até porque antecipa que a procura encolha em breve, devido ao lento crescimento económico e ao aumento da produção da matéria-prima pelos seus rivais. Depois de ter previsto que a procura deveria manter-se forte até 2020, no Boletim de Previsões Mundiais de Petróleo de 2018, a OPEP veio agora rever em baixa essas perspetivas para este ano e o próximo, de acordo com a Bloomberg.

Em vez de uma estimativa de procura de 1,54 milhões de barris de matéria-prima por dia, a OPEP prevê agora 1,36 milhões de barris diários, sustentando esta revisão em baixa com o abrandamento da economia mundial. Perante este abrandamento, os preços da matéria-prima podem aliviar de máximos.

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