Merkel ao lado de Macron. Defende Exército Comum Europeu
Chanceler Alemã coloca-se ao lado de Emmanuel Macron pela maior integração ao nível da defesa. Proposta mereceu aplausos e vaias entre os eurodeputados, no Parlamento Europeu.
A Chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu esta quarta-feira no Parlamento Europeu, no âmbito de um ciclo de debates com Chefes de Estados que arrancou em janeiro, a criação de um Exército Europeu ou Forças Armadas Europeias.
Num discurso em que falou da sua visão do futuro da União Europeia, Merkel diz terem “acabado os tempos em que podíamos confiar plenamente nos outros“, numa clara alusão ao protecionismo norte-americano.
Ainda no fim de semana, depois do presidente francês ter avançado com a mesma proposta, Donald Trump considerou a medida “insultuosa” e voltou a sugerir que a Europa pague “a sua parte à NATO, que os EUA subsidiam largamente”.
Angela Merkel reforçou, no entanto, que uma maior integração ao nível da defesa não se pretende constituir como uma união contra a NATO, nem sequer colocar em causa as alianças europeias.
Uma medida que arrancou dos eurodeputados uma forte ovação, mas também vaias e apupos.
Merkel prosseguiu e falou ainda de uma maior integração económica e financeira, nomeadamente no que toca à União Bancária.
A inovação digital também não passou em claro no discurso da chanceler alemã. Lembrou que a China e os Estados Unidos estão a avançar com a inovação, mas apelou a que a Europa construa uma estratégia para a inteligência artificial e para os computadores quânticos.
Merkel atenta aos migrantes
Num discurso de cerca de meia hora, Merkel não esqueceu a crise dos migrantes e diz que é necessário maior capacidade de diálogo e tomada de decisão comum entre os estados-membros. Dá o exemplo da atribuição comum de vistos.
Merkel avisa ainda que, se cada estado europeu tomar posições isoladas, “não nos podemos surpreender que os migrantes queiram escolher determinados países”.
Merkel acabou a intervenção no Parlamento Europeu com uma alusão à I Guerra Mundial, momento histórico que permite “ver o que acontece quando as nações não se entendem” e justificam que “os nacionalismos e individualismos não possam voltar a ter qualquer hipótese”. Um apelo à “responsabilidade” para que a Europa não “perca esta oportunidade de Europa”, de “tolerância e solidariedade”.
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