Autoeuropa preocupada com exigências do sindicato dos estivadores

SEAL garantiu que as partes estão separadas apenas por “pequenos aspetos”. Negociações no Ministério do Mar vão continuar quinta e sexta-feira. Sindicato admite que acordo pode ser fechado.

A direção do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) apenas está disponível para suspender a greve no porto de Setúbal caso existam negociações relativas ao porto de Leixões, revelou a Operestiva, na sequência da reunião de segunda-feira com a ministra do Mar e os operadores portuários de Setúbal e as associações que os representam (ANESUL e AOP). Esta nova condicionante está a deixar a Autoeuropa preocupada, já que Leixões foi a opção escolhida para escoar a produção da fábrica, apurou o ECO.

O porto de Leixões, agora equipado com um sistema roll-on/roll-off, necessário para a movimentação de veículos na área portuária, passou a ser uma solução viável para a fábrica de Palmela escolar a sua produção sem ter de recorrer aos portos de Vigo ou de Santander. No entanto, a condicionante introduzida pelo SEAL pode comprometer esta solução, que já de si representa um custo adicional para a Autoeuropa. Os carros produzidos em Palmela têm de ser transportados por camião para Leixões e não para Setúbal, que fica apenas a 19 quilómetros da fábrica, o que agrava o custo por carro, em virtude da operação logística.

A greve dos estivadores em Setúbal, que se arrasta desde 5 de novembro, também está a afetar outras empresas exportadoras como é o caso da Navigator e da Siderurgia Nacional. “Esta greve está a criar transtorno à Navigator e um aumento dos custos porque é necessário procurar alternativas”, reconhece em declarações ao ECO, fonte oficial da papeleira.

Esta greve está a criar transtorno à Navigator e um aumento dos custos porque é necessário procurar alternativas.

Fonte oficial da Navigator

De acordo com a Operestiva, o Porto de Setúbal “está totalmente parado” e 70% da carga contentorizada deixou definitivamente de utilizar o Porto de Setúbal, uma meta que vai ser atingida “já na próxima semana”. E a empresa receia que a Autoeuropa por não conseguir escoar a sua produção, possa “rever a sua decisão de permanência em Setúbal”.

O ECO colocou a questão à Autoeuropa e fonte oficial frisou que a empresa está a “analisar a situação minuto a minuto”. A produção está agora a “ser escoada por leixões, mas é extemporâneo dizer que essa passará a ser a opção de hora em diante”, acrescentou a mesma fonte.

A Autoeuropa está a analisar a situação minuto a minuto. [A produção está agora a[ ser escoada por Leixões, mas é extemporâneo dizer que essa passará a ser a opção de hora em diante.

Fonte oficial da Autoeuropa

Para já os trabalhadores do porto de Setúbal têm em cima da mesa uma proposta para resolver a situação dos trabalhadores precários, mas que é apenas válida até às 23h desta terça-feira. A Operestiva sugeriu a integração com contrato de trabalho de um total de 48 trabalhadores, dos quais 34 na Operestiva (incluindo nestes 34 os atuais dez trabalhadores que desde o início de novembro já celebraram um contrato de trabalho), quatro na Navipor e dez na Sadoport, revelou a empresa em comunicado enviado às redações.

Relativamente aos trabalhadores a incluir na Operestiva, o Sindicato poderia indicar 25%, sendo que a empresa poderia recusar. A empresa sugeriu ainda a integração com contrato de trabalho de um total de oito trabalhadores na Setulset e ainda a entrada dos atuais trabalhadores eventuais, que celebrem um contrato de trabalho, para o nível 9.

Esta manhã, o SEAL garantiu que as partes estão separadas apenas por “pequenos aspetos”. Em conferência de imprensa, António Mariano, presidente do sindicato, citado pelo Público (acesso condicionado) frisou que a empresa agora aceita contratar por tempo indeterminado 56 trabalhadores. “Não aceitavam contratar mais de 30 mas agora já assinam 56”, disse o sindicalista, quando transmitiu aos estivadores as conclusões da primeira ronda de negociações com a Operestiva.

As negociações no Ministério do Mar ainda vão continuar na quinta e sexta-feira e o presidente do sindicato admite que acordo pode ser fechado.

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