BCP já só isenta de comissões contas com mais de dez mil euros. Clientes passam a pagar 5,40 euros por mês

O BCP vai alterar as comissões de manutenção de conta. Duplica o montante mínimo para beneficiar da isenção de encargos, sendo que quem não chegar aos dez mil euros paga o mínimo: 5,40 euros.

É cliente do Millennium BCP? Então prepare-se, porque poderá vir a ter de pagar mais pela conta bancária. O banco liderado por Miguel Maya reviu as condições de isenção das contas, duplicando para dez mil euros o património mínimo necessário para não ter de pagar nada pela conta à ordem. Mas as más notícias não se ficam por aqui. Nos escalões inferiores também há agravamentos de custos, com todos os clientes a passarem a pagar o mesmo pela manutenção de conta.

Mal o ano se iniciou, o BCP publicou no seu site as alterações ao preçário de comissões a entrarem em vigor a 1 de abril deste ano, onde as alterações das comissões da conta à ordem são a única novidade. Vão passar a pesar mais nos bolsos de muitos dos clientes da instituição liderada por Miguel Maya.

Fonte: BCP

Se até agora bastava ter um património financeiro de 5.000 euros (excluindo o saldo à ordem) para estar isento de qualquer comissão de manutenção, com a entrada em vigor dessas mexidas, os clientes passam a precisar de ter um montante mínimo de dez mil euros, para poderem beneficiar dessa isenção.

O BCP junta-se assim ao Santander que há bem pouco tempo também colocou em dez mil euros o saldo mínimo necessário para que os seus clientes possam beneficiar da isenção da comissão de manutenção de conta, alteração que entra em vigor a 7 de janeiro naquele banco.

Comissão igual para todos

Nos escalões de património mais baixos também serão implementadas alterações que vão aumentar em cerca de 24% os encargos anuais com a manutenção das contas de alguns clientes do BCP.

Até agora, o banco liderado por Miguel Maya assumia dois escalões de património — até 2.500 euros e entre 2.500 e 5.000 euros — para os quais exigia o pagamento de comissões de manutenção diferenciadas. No primeiro caso, a comissão anual que se aplicava era de 64,90 euros, e no segundo de 52,42 euros.

A partir do início de abril esses dois patamares deixam de existir, passando a vigorar apenas um patamar que é estendido até aos dez mil euros, com uma comissão de manutenção anual única de 64,90 euros. Esse valor passará assim a ser cobrado aos clientes com património entre 5.000 e dez mil euros e que até agora estavam isentos. Para os clientes com património entre 2.500 e 5.000 euros que pagavam 52,42 euros anuais até agora, representa um aumento de cerca de 24% ou o equivalente a mais de 12 euros anuais.

Para além de um património acima de dez mil euros, escapar a esses encargos é possível apenas em alguns cenários: clientes que domiciliem no banco o ordenado, a pensão ou subsídio da Segurança Social e/ou tenham uma faturação mínima mensal com o cartão de débito ou crédito em compras.

Outra via para tentar reduzir o peso desse encargo é através da adesão às “contas pacote” do banco que a partir de um montante fixo mensal dá acesso a um conjunto de serviços a um preço único.

Receitas aceleram com comissões

Esses movimentos dão continuidade à escalada das comissões levada a cabo pelos bancos no sentido de, perante o contexto de juros historicamente baixos, voltarem a ser rentáveis e puxarem pelos seus lucros.

Os dados da atividade dos bancos são ilustrativos dessa aposta. Nos nove primeiros meses de 2018, quatro dos maiores bancos nacionais — CGD, BCP, BPI e Santander Totta — conseguiram mais do que triplicar os lucros face ao ano anterior, para 1,5 mil milhões de euros. Resultados que foram conseguidos em parte com a contribuição de 1,3 mil milhões de euros em comissões: mais 6% do que no mesmo período do ano passado.

No caso concreto do BCP, as receitas com comissões cresceram nos primeiros nove meses do ano passado 3,1%, para 510,1 milhões de euros, entre 2017 e 2018, contribuindo com 15,4 milhões para a melhoria dos resultados do banco.

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