Indico lança maior fundo de capital de risco privado em Portugal. Quer investir 46 milhões em tech
Promotores têm 46 milhões para investir. Stephan Morais, Cristina Fonseca e Ricardo Torgal são responsáveis pela gestão do fundo, focado em investimento em startups de Portugal e Espanha.
“Finalmente!”, começa por dizer Stephan Morais. A Indico Capital Partners anunciou esta sexta-feira a criação de um fundo de capital de risco de 46 milhões de euros, que pretende investir em startups tecnológicas em fase early stage com especial foco no mercado ibérico. O trabalho de campo está a ser feito há vários meses por Stephan Morais, ex-administrador executivo da Caixa Capital, Cristina Fonseca, cofundadora e acionista da Talkdesk, e Ricardo Torgal, ex-gestor de investimentos da Caixa Capital.
“Principalmente, [queremos investir em] Portugal porque estamos em early stage e é importante estarmos próximos para acrescentar valor porque são projetos que requerem muito acompanhamento”, justifica Stephan Morais ao ECO.
O Indico Capital Partners é o primeiro fundo privado de capital de risco nacional e independente, e quer investir nas fases iniciais de startups tecnológicas, sobretudo em Portugal e também em Espanha. Em Portugal, o maior fundo de capital de risco é a Portugal Ventures, gestora de capital de risco pública e liderada por Rita Marques.
O investidor principal do fundo do Indico é o Fundo Europeu de Investimento (FEI, maior investidor institucional Europeu nesta classe de ativos) mas o Indico conta com mais 20 investidores institucionais e individuais para alcançar o first closing de 41 dos 46 milhões de euros comprometidos neste primeiro fundo — o fundo tem agora mais 12 meses para continuar a angariar capital.
“Há mercado suficiente para entrarmos e não há, de momento, nenhum fundo desta dimensão a operar em Portugal“, explica ainda Stephan Morais. Cristina Fonseca, uma das partners do Indico, acrescenta a importância da experiência numa fase preponderante para as startups. “É nesta fase inicial que ter apoio de pessoas experientes e acesso a uma rede global pode ser o fator decisivo para o sucesso”, analisa.
Além destes, do grupo de investidores também fazem parte a IFD (Instituição Financeira de Desenvolvimento) — através do Portugal Tech que, com este investimento, formalizou a sua primeira operação –, a Draper Esprit, um dos maiores fundos de capital de risco mundiais e investidor da Revolut, fundos de pensões, instituições de ensino e investigação, entidades gestoras de fortunas, empresários, gestores e empreendedores de tecnologia locais e internacionais.
Este é um marco para o ecossistema português: vamos continuar a apoiar as startups tecnológicas portuguesas mais promissoras, mas agora com uma plataforma de investimento estável, maior e independente, suportada por uma base de investidores global e diversificada.
“Este é um marco para o ecossistema português: vamos continuar a apoiar as startups tecnológicas portuguesas mais promissoras, mas agora com uma plataforma de investimento estável, maior e independente, suportada por uma base de investidores global e diversificada”, diz Stephan Morais, citado em comunicado.
“Capital de risco e startups não são uma moda, é uma atividade profissional que visa construir um portefólio diversificado e estar presente quando as empresas precisam de ajuda para crescer e atingir uma nova fase”, acrescenta Ricardo Torgal, general partner da Indico.
Na carteira de participadas, a Indico fechou já investimento com quatro startups — todas portuguesas — mas, por enquanto, Stephan Morais não quer adiantar os nomes. Questionado sobre se o fundo pondera coinvestir em startups portuguesas no âmbito do programa 200M, de cofinanciamento com o Estado, Stephan Morais não afasta a possibilidade, “como qualquer investidor”. O Indico vai investir em rondas pre-seed a Série A e subsequentes, e montantes que estarão entre os 150 mil euros e os cinco milhões por empresa.
“Damos as boas-vindas a este novo fundo de capital de risco apoiado pelo Plano de Investimento. Vai dar às startups portuguesas o que elas precisam para transformar as ideias em projetos concretos”, diz Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia.
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