Maioria das empresas europeias estão preparadas para desaceleração económica da Zona Euro. Quem o diz é a Moody’s
A maioria das empresas europeias consegue resistir à desaceleração que é esperada na Europa, revela a Moody's. Mas, se o abrandamento for superior ao esperado, a situação pode mudar de figura.
A maioria das empresas europeias possui ferramentas suficientes para resistir à desaceleração que é esperada na Europa, acredita a Moody’s. “A maioria das empresas europeias pode gerir a desaceleração económica esperada nos próximos dois anos com bastante facilidade”, pode ler-se no comunicado da agência de rating.
Mas, atenção: caso a desaceleração seja mais acentuada que o esperado, o cenário pode não ser assim tão positivo. “Poderemos ver uma mudança mais significativa nas políticas financeiras, incluindo vendas de ativos e cortes nos gastos de capital e dividendos”, refere Richard Morawetz, vice-presidente e senior credit officer da Moody’s para o corporate finance group e, também, autor do relatório em causa.
De acordo com a Moody’s, e tendo em conta a desaceleração económica na Europa esperada, a maioria das empresas europeias não financeiras terão, apenas, de fazer alguns ajustes “moderados”, à medida que veem o indicador do crescimento económico diminuir.
Ainda assim, a agência salienta que as empresas têm várias alavancas para gerir uma desaceleração, como, por exemplo, as vendas de ativos.
O Produto Interno Bruto (PIB) da área do euro, que em 2017 cresceu 2,5%, deverá, em 2020, ficar-se abrandar para 1,6%, segundo a previsão atual da Moody’s. Também a Comissão Europeia, no passado mês de novembro, publicou as Previsões Económicas de Outono, onde reviu em baixa o crescimento da economia da Zona Euro para os próximos anos.
Aumento da incerteza internacional, tensões comerciais e preços do petróleo foram, na altura, alguns dos riscos que justificam a revisão em baixa. A Moody’s aponta, ainda, o Brexit como um fator sobre o qual as empresas europeias têm de refletir, para saber reagir à “procura mais fraca e à incerteza”, tal como aos potenciais efeitos de barreiras comerciais mais altas após a concretização do Brexit.
Richard Morawetz refere que várias empresas já responderam a esta “ameaça”, “reduzindo investimentos ou com planos de contingência para transferir a sua produção para fora do Reino Unido”.
Desaceleração é também a tendência das principais economias mundiais
A desaceleração económica não é, contudo, tendência única europeia. Nos próximos anos, as principais economias do mundo deverão registar um abrandamento do crescimento económico, avança a Bloomberg (acesso livre, conteúdo em inglês).
A previsão é da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) que, com base num indicador — o Composite Leading Indicator –, antecipa que, à semelhança do que tem acontecido desde o início de 2018, as grandes economias registem desacelerações durante o ano de 2019.
Estados Unidos da América (EUA) e Alemanha são as economias que estão, sobretudo, na mira, onde “a tendência de abrandamento, que foi sinalizada no último mês, foi agora confirmada”. O que, aliás, já tinha também acontecido com o Canadá, Reino Unido e Zona Euro.
De acordo com os dados do Eurostat, desde novembro de 2012 que a produção das indústrias na região do euro não caía de forma tão acentuada, incluindo entre os países tradicionalmente fortes neste indicador, como é o caso da Alemanha.
A China, por sua vez, também não escapa a este cenário, sobretudo numa altura de crescentes disputas comerciais com Washington e de queda da procura global.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Maioria das empresas europeias estão preparadas para desaceleração económica da Zona Euro. Quem o diz é a Moody’s
{{ noCommentsLabel }}