CTT: “Temos 5 mil carteiros nas ruas, mas temos de nos adaptar à realidade”

Numa altura em que se discute novamente a reversão da privatização dos CTT, o diretor de comunicação do grupo garante que os correios "cumprem" o contrato de concessão do serviço postal universal.

O tema CTT voltou à agenda depois de no fim de semana o Expresso ter noticiado que o Governo se prepara para apertar as regras de concessão do serviço postal universal. O atual contrato termina em 2020.

Também o Público faz manchete com os CTT, garantindo que alguns setores do PS estão a pressionar António Costa para que reverta a privatização dos correios.

No Fórum desta manhã da TSF, Miguel Salema Garção, diretor de comunicação das empresa, afirmou que os CTT “gostariam de continuar” com a concessão, mas sem adiantar em que condições.

Sobre as críticas de degradação dos serviços prestados pelos CTT, Salema Garção afirma que o grupo “tem uma das maiores redes de retalho” e “tem mais 66 postos de acesso face a 2013”, altura em que empresa foi privatizada. “Os dados mostram que os CTT cumprem o índice global de qualidade” determinado pela Anacom.

Sobre o encerramento de estações dos correios — muitas estão a ser trocadas por postos de atendimentos nas juntas de freguesias, cafés ou papelarias –, os CTT afirmam que “desativam lojas próprias em articulação com as autarquias e entidades terceiras” e abrem postos que, “cumprem serviço de concessão. Nos postos de correio pagam-se as reformas e o pagamento das utilities, nomeadamente água, eletricidade…

Salema Garção argumenta que os postos de correio não são uma invenção da atual administração: “já existem há 20 anos”, recorda, em declarações no programa da TSF.

Apesar disso, os CTT reconhecem que a natureza do negócio está a mudar, recordando que “desde 2001, o tráfego postal caiu 50%”, estando a emergir com maior pujança o negócio das encomendas pela via do crescimento do e-commerce.

“Temos cinco mil carteiros que todos os dias percorrem o país, mas temos que nos adaptar à realidade”, afirmou o responsável.

Sobre a questão da nacionalização, Miguel Salema Garção diz que não comenta “assuntos políticos”, mas pisca um olho ao poder político e aos reguladores: “Com o evoluir das encomendas [do negócio], os operadores postais na Europa têm iniciado um caminho de maior agilização em relação aos critérios [que têm de ser cumpridos pelos operadores]. Em Portugal, o que se assiste é precisamente o contrário”, remata.

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