ADSE quer dialogar “urgentemente” com hospitais privados
Apesar da disponibilidade em rever preços, a direção do instituto público que gere o subsistema de saúde dos funcionários públicos também apontou a necessidade de controlar preços.
O Conselho Geral de Supervisão da ADSE quer entrar em “diálogo urgente” com os hospitais privados. O apelo foi feito numa resolução aprovada por unanimidade esta segunda-feira, a que o ECO teve acesso, e segue-se à decisão dos grupos José de Mello Saúde e Luz Saúde em romperam as convenções que tinham com a ADSE. Apesar da disponibilidade em rever os preços acordados com os privados, a direção do instituto público que gere o subsistema de saúde dos funcionários públicos também apontou a necessidade de controlar a despesa.
“O CGS apela aos prestadores de saúde e ao conselho diretivo da ADSE para um urgente diálogo que, respeitando a lei e as convenções, permita encontrar soluções adequadas para a prestação de serviços de saúde de qualidade, a preços justos, sem discriminações e garantindo fiabilidade às diferentes entidades envolvidas”, considerou o órgão num comunicado do presidente, João Proença. No mesmo documento, a CGS reitera que o “reforço do controlo da despesa é um imperativo para a sustentabilidade da ADSE”.
A resolução hoje aprovada reforça ainda que o Conselho Diretivo da ADSE deve retomar a celebração de convenções com os prestadores de saúde, “de modo a garantir uma rede adequada de regime convencionado”, assim como “apresentar ao CGS as orientações que pretende assumir para a celebração de tais convenções”.
A José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção. De acordo com uma nota interna do grupo da CUF, assinada pelo presidente Salvador Mello a que o jornal Expresso teve acesso, a suspensão da convenção com a ADSE tem efeitos a partir do dia 12 de abril. “Esta suspensão poderá evoluir para a denúncia definitiva da convenção”, a 1 de março, caso não sejam encontradas “soluções equilibradas e que defendam os superiores interesses dos beneficiários da ADSE”, é referido.
Já a Luz Saúde diz que tentou “até ao limite” encontrar com a ADSE uma solução que permitisse “um acordo equilibrado” na negociação de uma tabela que “se encontra desatualizada” quer do ponto de vista da prática da Medicina “quer do ponto de vista dos preços”, que não tem alterações “há mais de 20 anos”, de acordo com uma nota a que o ECO teve acesso. A decisão “afetará a vida de mais de 250 mil clientes, beneficiários da ADSE” a partir de dia 15 de abril.
Apesar de os grupos CUF e Luz Saúde terem decidido romperam com a ADSE, não querem perder clientes. Ambos os grupos de saúde privados vão criar um regime próprio para os beneficiários deste subsistema de saúde, que lhes permita continuar a ter acesso à rede de hospitais. Entre essas condições estão os preços a pagar.
(Notícia atualizada às 20h46 com mais informação.)
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