Privados que romperam com ADSE vão ter preços especiais para os funcionários públicos
Os grupos CUF e Luz Saúde romperam com a ADSE mas não querem perder clientes. Os privados vão criar uma regime próprio para os beneficiários deste subsistema de saúde.
Os beneficiários da ADSE vão continuar a ter acesso à rede de hospitais da CUF e da Luz Saúde mas com condições de acesso diferentes das atuais. Os grupos privados de saúde comunicaram esta terça-feira que romperam as convenções que tinham com a ADSE, mas ambos decidiram criar condições especiais para estes clientes. Entre essas condições estão os preços a pagar.
“É fundamental que seja indicado a todos os nossos clientes beneficiários da ADSE que, para poderem continuar a recorrer aos serviços de saúde em que sempre confiaram, os Hospitais e Clínicas da Rede Hospital da Luz criaram condições especiais de preços e de financiamento de cuidados”, lê-se no comunicado do grupo liderado por Isabel Vaz.
Também o comunicado do grupo José de Mello adianta que “a CUF disponibilizará uma tabela de preços específica e ajustada, ficando estes atos sujeitos ao pedido de reembolso à ADSE ao abrigo do regime livre”.
Esta tabela passa a vigorar para os atos médicos posteriores a 15 de abril, no primeiro caso, e 12 de abril no segundo.
Os comunicados não revelam detalhes sobre que regime ou condições especiais são estas, mas sugerem que, apesar do rompimento das convenções com a ADSE, os beneficiários não pagarão sozinhos os atos médicos a que pretendam aceder na CUF e na Luz Saúde.
Os beneficiários da ADSE representam uma parcela importante do negócio dos privados e, por isso, o rompimento levou os grupos de saúde a pensar em soluções que minimizem a perda de clientes. O ECO apurou que os números mais globais mostram que, no total, os hospitais privados tratam quatro milhões de pessoas por ano, dos quais 800 mil são beneficiários da ADSE.
No comunicado, o grupo Luz Saúde revela que são “mais de 250 mil” os beneficiários da ADSE que frequentam os 14 hospitais e 13 clínicas”. A CUF não revela qual o número de beneficiários da ADSE que são atendidos por ano nas suas unidades, mas o ECO sabe que serão cerca de 185 mil.
Além da tabela de preços praticada pela ADSE, os grupos de saúde contestam os prazos de reembolso da ADSE aos privados. “As unidades da rede CUF são obrigadas a faturar todos os atos à ADSE em sete dias, sendo o prazo de pagamento de 120 dias (…). Contudo, na prática, o prazo médio de pagamento às unidades CUF situa-se atualmente em 283 dias, após a prestação do ato clínico ao beneficiário”, explica o grupo José de Mello, no comunicado.
Com esta decisão de terminar com as convenções, os grupos privados de saúde tentam transferir a demora do reembolso para os beneficiários da ADSE que terão de pedir o reembolso das despesas efetuadas na CUF e na Luz Saúde diretamente à ADSE.
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