Os países e empresas que suspenderam temporariamente voos com Boeing 737

  • ECO e Lusa
  • 11 Março 2019

Na sequência da queda do Boeing 737 Max 8 este domingo, foram vários os países e companhias aéreas que suspenderam temporariamente os voos com estas aeronaves.

A queda de um Boeing 737-8 Max da Ethiopian Airlines no domingo, quatro meses depois de um acidente semelhante com um avião da Lion Air na Indonésia, levou vários países e companhias a suspenderem os voos com estes aviões, incluindo na Europa. A proibição mais recente é do Reino Unido.

A autoridade de aviação civil chinesa solicitou às companhias da China que suspendessem os voos do Boeing 737-8 Max até à confirmação das autoridades norte-americanas e da Boeing “das medidas tomadas para garantir efetivamente a segurança dos voos”. Na China, um total de 76 Boeing 737 MAX foram entregues a uma dúzia de companhias aéreas chinesas, incluindo a Air China, a Hainan Airlines e a Shanghai Airlines, segundo um relatório publicado em janeiro no site do fabricante norte-americano.

Também a Indonésia, cuja companhia Lion Air perdeu um Boeing 737 MAX em 29 de outubro de 2018, com 189 pessoas a bordo, já decidiu proibir que os aviões desse modelo voassem no país. “O diretor geral de transporte aéreo tomará medidas para fazer inspeções e proibir temporariamente que o Boeing 737 MAX 8 voe na Indonésia”, disse à AFP Polana Pramesti, chefe do serviço do Ministério dos Transportes da Indonésia. Dez Boeing 737-8 Max são operados pela companhia aérea de baixo custo da Indonésia, a Lion Air, e outro pela companhia aérea nacional Garuda.

Na Etiópia, após o trágico acidente do voo ET302, no domingo, onde morreram 157 pessoas, a Ethiopian Airlines decidiu imobilizar toda sua frota de Boeing 737 MAX “até novo aviso”, anunciou a companhia nacional etíope. A Boeing entregou quatro aviões à empresa etíope, que encomendou outras 29. Porém, a maior parte das companhias aéreas continua a explorar os seus Boeing 737-8 Max.

O regulador aéreo britânico também decidiu, esta terça-feira, proibir que voos Boeing 737-8 Max de qualquer companhia aérea comercial sobrevoem o espaço aéreo do Reino Unido. Perante a ausência de informação sobre o que se passou a autoridade da Aviação Civil decidiu “parar voo comercial de passageiros de qualquer operador que chegue, parta ou sobrevoe o Reino Unido”, refere em comunicado. É esperado que a Agência Europeia de Segurança Aérea venha a adotar uma posição idêntica.

Ainda na Europa, a companhia de baixo custo Norwegian, que explora 18 aviões, manteve os voos, assegurando que cumprem as instruções e recomendações do construtor e das autoridades de aviação civil. Também a italiana Air Italy, que tem três aviões daquele modelo assegura que está “em total conformidade com as instruções dos reguladores relativamente aos procedimentos operacionais dos construtores” e que “seguirá todas as diretrizes” indicadas. A companhia islandesa Icelandair continua igualmente a explorar os seus três aviões.

O diretor-geral de operações, Jen Thordarson, considera “prematuro” estabelecer uma ligação entre os acidentes com os Boeing da Ethiopian Airlines e da Lion Air. “Até hoje, não há razões para temer estas máquinas”, afirmou o responsável ao jornal Frettabladid. A companhia russa S7 Airlines, que dispõe de dois aviões, afirma seguir “atentamente a investigação em curso, mantendo-se em contacto constante com o fabricante”.

Posteriormente, também a companhia aérea argentina Aerolineas Argentinas anunciou a “suspensão temporária da exploração comercial” dos seus cinco Boeing 737 MAX 8. A decisão da companhia argentina “foi tomada após a análise conjunta feita com a ANAC, a autoridade regulamentar do setor aéreo do país”, referiu a empresa de aviação comercial num comunicado publicado na noite de segunda-feira.

A empresa Aerolineas Argentinas — que na sua frota de 82 aparelhos tem cinco modelos Boeing 737 MAX 8 –-, referiu que “antes de tudo a segurança”, sublinhando que é a sua prioridade.

A decisão foi semelhante à da companhia aérea indiana Jet Airways, que também já anunciou a suspensão dos voos dos seus Boeing 737 MAX 8. “A Jet Airways tem cinco Boeing 737 MAX na sua frota, mas nenhum desses aparelhos está atualmente em operação e a companhia aérea está em contacto com o fabricante e o órgão regulador”, informou a empresa em comunicado.

Em Singapura, o regulador da aviação civil decidiu proibir os aviões Boeing 737 MAX 8 de sobrevoarem o território, assim como a Austrália. Já nos Estados Unidos — a Southwest (31 aviões) e a American Airlines (24) — e no Canadá — a Air Canada (24 aviões) e a Westjet (13) — continuam, por sua vez, a fazer voar os seus aviões Boeing 737 MAX 8.

Na sequência do desastre de domingo, a Ethiopian Airlines disse, ainda na segunda-feira, através da sua conta na rede social Twitter, que a caixa negra do Boeing 737-8 MAX da Ethiopian Airlines que contém os dados técnicos do voo e a que regista as conversas no cockpit “foram encontradas”.

(Notícia atualizada com novas suspensões anunciadas pelo Reino Unido, pela Aerolineas Argentinas e pela Jet Airways)

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