Indústria da moda confia na rapidez para lançar tendências. Grossistas tentam acompanhar

Várias marcas da indústria da moda renderam-se ao modelo da fast fashion, que permite lançar novas coleções com frequência a preços baixos. Os grossistas têm mais dificuldade em replicar o movimento.

Há cada vez mais marcas da indústria de moda a optar pelo modelo de fast fashion, alcançado uma fatia cada vez maior da população. Mas este regime pode ser difícil de aplicar nas empresas grossistas mais tradicionais e de maior dimensão, cujas cadeias de distribuição estão bem definidas. A solução pode estar na adaptação das práticas de rapidez e flexibilidade, através de métodos como o aproveitamento de materiais.

A Zara, H&M, Primark e Benetton são alguns dos exemplos das marcas que operam segundo a “moda rápida”, um sistema que permite acompanhar e definir as tendências, lançando novas coleções com bastante frequência e a preços baixos. Uma forma de acompanhar estes movimentos pode ser através de “smart fashion“, propõe a consultora Oliver Wyman num estudo inserido numa análise do setor, que tem elementos-chave como a redução de custos e organização inteligente.

O primeiro passo será perceber que a fast fashion não significa que as coleções inteiras sejam novos produtos. A estratégia das marcas passa mais por inserir novos produtos nas categorias com mais visibilidade para os clientes, para dar a ideia de que a coleção foi toda renovada, aponta a consultora, que estima que menos de metade dos produtos nas prateleiras são desenhados e produzidos na época.

Esta prática pode ser adaptada pelas marcas tradicionais, ao perceber que áreas têm mais atenção dos clientes, sejam elas o calçado, os acessórios ou outras divisões, e atualizar essas com mais frequência. Outra forma de conseguir o efeito de novidade será, por exemplo, através do lançamento de edições limitadas.

A aprendizagem rápida é outro dos caminhos a seguir. Apesar do lançamento de novos produtos ser um possível risco, no caso de não serem bem aceites, as cadeias de moda rápida têm uma forma de conseguir conter essa possibilidade. São disponibilizados vários artigos novos, mas em pequenas quantidades, e é posteriormente aumentada a produção das peças que funcionam melhor.

Um método já utilizado pela indústria automóvel, que aumenta os volumes e reduz os custos, é ainda uma das recomendações da Oliver Wyman. O estudo aponta o aproveitamento de materiais como uma das formas mais eficientes de reduzir custos, já que com 30 materiais têxteis podem gerar-se mais de 7.700 combinações de produtos.

Finalmente, para implementar este modelo, será necessário ter uma organização inteligente dos trabalhadores, realça a consultora. Na Zara, por exemplo, os empregados das lojas estão em contacto com os centros empresariais para transmitir os hábitos dos clientes, de que forma estão a comprar e reportar mudanças na relação com a marca.

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