Guaidó pede levantamento dos militares para destituir Maduro. Já há confrontos nas ruas de Caracas

Juan Guaidó, líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, instou a população e os militares a juntarem-se. Leopoldo López libertado por forças anti-chavistas.

O líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse esta terça-feira que se encontra na “fase final” do seu plano para destituir Nicolas Maduro do poder, e instou a população e o Exército do país, que têm sido o garante de Maduro, a apoiar o seu plano e acabar com o que chama de usurpação pelo sucessor de Hugo Chávez.

O apelo foi feito através de um vídeo publicado na rede social Twitter, no qual Juan Guaidó surge acompanhado de homens vestidos com o uniforme militar e de Leopoldo Lopez, opositor do regime que se encontrava em prisão domiciliária e que terá sido libertado por forças anti-chavistas.

“O 1 de maio começou hoje. O fim definitivo da usurpação começou hoje. Contamos com o povo da Venezuela. Hoje, as forças armadas estão claramente do lado povo, estão ao lado da constituição, leais à constituição, leais ao povo da Venezuela. (…) Hoje como presidente interino da Venezuela, comandante legitimo das forças armadas, convoco todos os soldados, a todos e a todas, a família militar”, disse Juan Guaidó, pedindo um levantamento não violento para destituir Nicolas Maduro, neste vídeo, que diz ter sido filmado na base militar de La Carlota, em Caracas.

Juan Guaidó liderava a Assembleia Nacional da Venezuela quando, em janeiro, invocou a constituição para se autoproclamar presidente interino do país, com o argumento de que a reeleição de Nicolas Maduro em 2018 havia sido ilegal.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela disse ainda que há vários protestos marcados para esta quarta-feira, dia do trabalhador, inclusivamente o que antecipa ser “a maior marcha da história da Venezuela”, parte do que diz ser a “fase definitiva” do seu plano para tomar o poder e convocar novas eleições.

O Governo de Nicolas Maduro já respondeu. Através do Twitter, o vice-presidente para a Comunicação, Cultura e Turismo, Jorge Rodriguez, chamou-lhe uma tentativa de golpe de Estado por um “número reduzido de militares traidores” que já está a ser desmantelada.

O responsável do Governo de Nicolas Maduro diz ainda que se juntaram a estes esforços membros do que chama de “ultradireita golpista e assassina”, que anunciou “a sua agenda violenta há meses”, e apela ao povo para que se mantenha calmo e ajude as forças armadas venezuelanas.

Leopoldo Lopez também falou aos venezuelanos através dos jornalistas presentes, afirmando que entende os riscos desta operação, mas defende que “o maior risco que os venezuelanos enfrentam é o de continuar a viver a usurpação de Nicolas Maduro”.

Em Caracas já há confrontos entre as forças venezuelanas e a população, com o canal de televisão online VIVOplay a transmitir imagens de gás lacrimogéneo a ser lançado sobre manifestantes.

As forças armadas venezuelanas e o Governo de Nicolas Maduro convocaram manifestações de apoio para o Palácio de Miraflores, o palácio presidencial de Maduro, e passaram a mensagem a Juan Guaidó e aos seus apoiantes: “venham ao Palácio de Miraflores, aqui estaremos”, disse Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte.

(Notícia atualizada às 12h50)

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