António Costa tenta segurar Bloco e PCP, culpa partidos à direita

O primeiro-ministro não apresentou a demissão, mas diz que o fará se a proposta for aprovada em votação final global. Costa diz que o BE e o PCP "foram coerentes", quem mudou foi a direita.

O primeiro-ministro não apresentou ainda a demissão, mas diz que o fará caso o Parlamento aprove em votação final global o diploma que garante a contagem integral do tempo de serviço dos professores, que foi aprovada em especialidade pelo Bloco de Esquerda, PCP, PSD e CDS-PP. Apesar dessa ameaça, António Costa segurou a relação com o Bloco de Esquerda e o PCP, dizendo que estes dois partidos foram coerentes, e culpou a direita.

“Não me compete julgar partidos políticos. Mas tenho de reconhecer que o PCP e o Bloco de Esquerda foram coerentes com o que defendem desde novembro de 2017″, afirmou António Costa, em resposta aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, depois da sua declaração ao país.

Apesar das fortes críticas feitas por deputados socialistas e membros do atual Governo ao PCP e ao Bloco de Esquerda, por, juntamente com a direita, terem feito aprovar uma proposta que o Governo entende que custa 800 milhões de euros anualmente (incluindo as restantes carreiras especiais), António Costa não teceu críticas diretas aos partidos com os quais o Governo tem um acordo parlamentar e que viabilizaram a solução governativa atual.

Para António Costa, a culpa é dos partidos à direita, PSD e CDS-PP, aos quais nunca se referiu pelo nome. “Se há alguém que é incoerente e que demonstrou um total desrespeito pelo principio da responsabilidade orçamental, da firmeza que devemos ter na sanidade das nossas contas públicas e da afirmação da credibilidade orçamental do nosso país, foram seguramente os outros dois partidos se juntaram ao Bloco de Esquerda e ao PCP”, disse o primeiro-ministro.

No entanto, António Costa teceu várias críticas à aliança dos partidos da esquerda e da direita no Parlamento, que permitiu viabilizar não só a garantia de que todo o tempo de serviço será contado e reposto, mas também que os primeiros dois anos e nove meses serão contabilizados e efetivos já a 1 de janeiro de 2019, mesmo que tenham que ser pagos com retroativos em 2020.

“Ontem, a comissão parlamentar de Educação da Assembleia da República aprovou na especialidade um conjunto de normas que, independentemente das muitas dúvidas de inconstitucionalidade que suscitam, é socialmente injusto e financeiramente insustentável. Apesar de ainda não estar concluído o processo legislativo, é dever do Governo ser muito claro com os portugueses quanto às consequências”, disse o primeiro-ministro.

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