Juros da dívida portuguesa a dez anos abaixo de 1% pela primeira vez
Juros da dívida portuguesa estão em mínimos de sempre a dois, cinco e dez anos.
Os juros da dívida portuguesa atingiram esta quinta-feira o valor mais baixo de sempre, com a yield das obrigações a 10 anos a cair pela primeira vez abaixo da fasquia do 1%.
Eram cerca das 9h40 quando a taxa de juro associada aos títulos a 10 anos, a referência no mercado, atingiram os 0,995%, marcando um novo mínimo histórico no mercado de dívida nacional. Entretanto, a taxa de juro já atenuou ligeiramente a queda face à última sessão, estando a negociar nos 1,016%.
Também se observam quedas nas outras maturidades. No prazo de cinco anos, os juros também estavam a cair para um mínimo de sempre, na casa dos 0,026%, contra a taxa de 0,043% registada na quarta-feira. No mesmo sentido, os juros a dois anos desciam para -0,405%, um mínimo de sempre, contra -0,390% na sessão anterior.
Juros a dez ano abaixo dos 1% pela primeira vez
Fonte: Reuters
Portugal não era o único país da Zona Euro com os juros da dívida a cair. Os juros de Itália desciam a dois e cinco anos e subiam a dez anos, enquanto os de Espanha e da Irlanda recuavam em todos os prazos. Os juros da Grécia subiam a cinco e dez anos, únicos prazos disponíveis.
Na Alemanha, a dívida a 10 anos também via a yield cair para território ainda mais negativo, depois de o indicador que mede atividade empresarial na maior economia da região ter recuado em maio, adensando os sinais de que a guerra comercial está a afetar o crescimento económico. Com os investidores a procurarem refúgio na dívida alemã, a taxa das bunds cediam para -0,10%.
Os analistas do BPI anteveem uma inversão nos juros, nomeadamente após as eleições europeias que iniciaram hoje e terminam no próximo domingo. “As yields alemãs a 10 anos (que servem de referência para as demais yields europeias) não conseguiram validar o mínimo (-0.,320%) alcançado a 15 de maio. Este padrão associado ao facto de a queda das yields ter atingido níveis técnicos extremos aumenta a probabilidade de uma sua subida de curto prazo”, disseram os analistas Ângelo Mea e Inês Souto de Moura.
“Adicionalmente, a realização das eleições europeias no domingo poderá dissipar alguma incerteza entre os investidores e redimensionar os seus receios”, reforçaram os analistas do BPI.
(Notícia atualizada às 10h58 com mais informação)
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