Clérigos e Paranhos separados só por 2,5 quilómetros. Mas no imobiliário estão a 4.365 euros de distância

Valor médio por metro quadrado no concelho do Porto é de 3.617 euros, sendo o Centro (3852€) e a microzona da Foz (5526€) as zonas mais caras. Ramalde e Paranhos consideradas as mais baratas (2.725€).

O imobiliário bateu recordes em 2018. As vendas dos imóveis dispararam e consequentemente os preços também. No concelho do Porto o valor médio por metro quadrado é de 3.617 euros com maior incidência na oferta de casas com um quarto e uma sala (T1) — cerca de 35% das habitações têm esta tipologia. De acordo com o estudo “Mercado Residencial na cidade do Porto”, grande parte dos compradores são nacionais e apenas 16% são estrangeiros.

O centro do Porto é a zona que concentra maior oferta de empreendimentos residenciais (47%). E a zona nobre do centro, a área circundante à Avenida dos Aliados, apresenta o valor médio mais elevado, a registar os 4.977 euros por metro quadrado, seguido da zona ocidental com um preço médio a rondar os 4.790 euros/m2, e da Riverside que regista o valor de 4.203 euros por metro quadrado. O centro é a zona que concentra todo o investimento estrangeiro no Porto (85%), revela o estudo realizado pela Avenue, em colaboração com a Predibisa e apoio da Câmara Municipal do Porto, divulgado esta quinta-feira.

Para o diretor geral da Predibisa, João Nuno Magalhães, este tipo de estudo “permite concluir que o mercado residencial do Porto ainda tem muita capacidade de crescimento, porque até agora foram os compradores nacionais quem mais se destacaram”. “Novas linhas áreas impulsionarão este crescimento”, defende.

 

Zonas: 1: Centro; 2: Riverside; 3: Zona Oriental; 4: Zona Ocidental e 5: Innovation District.

Depois dos Clérigos a Foz tem a habitação mais cara

Neste estudo sobre o mercado residencial na cidade do Porto foi feito um levantamento exaustivo da oferta dos últimos três anos, com cerca de 2.900 frações analisadas em cinco zonas diferentes.

O centro do Porto é a zona que concentra mais empreendimentos residenciais, com 117 para oferta, especialmente na zona da Cedofeita. O centro, como um todo, regista um preço médio apenas 6,5% acima de média da cidade (3.852 euros por metro quadrado). No entanto, é nesta região que se concentra o maior número de microzonas, sendo estas 38% mais caras que o preço médio do resto da cidade: registam uma média de 4.977 euros por metro quadrado. Aliados, Mouzinho, Flores são zonas muito cobiçadas e os preços acompanham essa tendência. Mas nada bate os 7.090 euros/m2 pedidos na zona dos Clérigos.

Os indicadores do estudo revelam que 9% dos empreendimentos do Porto são localizados na zona Riverside, o que coloca esta área como uma nova zona de desenvolvimento, que liga o centro à zona ocidental. A Riverside é também a zona que apresenta o segundo valor médio de venda mais elevado, com o preço médio 16% mais alto do que a média da cidade.

Já a zona oriental, Campanhã e Bonfim, dispõe de 17% da oferta total de empreendimentos, a um preço de venda de 3.043 euros por metro quadrado, 16% abaixo do valor de referência. Aqui destaca-se o Bonfim, que representa 71% desta amostra.

A zona ocidental surge em segundo lugar em termos de valor médio de venda por metro quadrado (4.790 euros/m2), cerca de 32% acima do valor de referência. Aqui encontra-se 17% da oferta da cidade e é onde estão localizados os empreendimentos de melhor qualidade (74% de categoria A) e com a maior oferta de tipologia T4 (29%). E a microzona da Foz do Douro é a mais cara da zona (5.526 euros por metro quadrado de valor médio), sendo também aqui que se encontra 65% da oferta desta zona.

É no Innovation District, particularmente em Ramalde e Paranhos, que se encontram as ofertas mais acessíveis — preço médio de 2.725 euros por metro quadrado, 32% abaixo da referência da cidade — mas só representa 13% da oferta da Invicta. A maior parte dos empreendimentos são de grandes dimensões, com uma média de 25 frações, e é a zona que prevê maior área de construção nos próximos anos. A tipologia mais predominante são os T2 que representam 32% da área total.

Quanto as perspetivas de evolução do mercado, o estudo antecipa a continuação do dinamismo do mercado habitacional do Porto. Foram identificados quase 100 empreendimentos na cidade — cerca de 190 mil m2 de área de construção — que estão no pipeline para os próximos anos e que irão manter a dinâmica do setor imobiliário residencial do Porto. O estudo prevê que, no período 2020 a 2022, deverão estar no mercado cerca de 2.600 frações, mantendo assim uma oferta em linha com os anos anteriores.

Centro e Innovation District as zonas com maior dinamismo até 2022

Para o diretor geral da Avenue, Aniceto Viegas, o centro e a zona Innovation District (Ramalde e Paranhos) serão as zonas que vão apresentem mais perspetivas de dinamização do mercado. “Fruto do plano estratégico da cidade, concretamente de revitalização e reabilitação destas duas zonas concretas da urbe, vamos assistir a um maior vigor no desenvolvimento do património privado e público. A Innovation District terá 40% da oferta futura e o centro 25%”, conclui Aniceto Viegas.

Para a zona Innovation District está prevista uma maior área de construção, mais de 65 mil metros quadrados, e uma oferta de preço mais orientada para os compradores nacionais. Já o centro continuará a concentrar o maior número de empreendimentos em fase de desenvolvimento, ou seja com menos fogos por empreendimento, com oferta prevista para os próximos três anos.

Além disso, foram identificados quase 100 empreendimentos na cidade — cerca de 190 mil metros quadrados de área de construção — que estão no pipeline para os próximos anos. O estudo prevê que, no período 2020 a 2022, deverão estar no mercado cerca de 2.600 frações, mantendo assim uma oferta em linha com os anos anteriores.

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