BCE “tem de estar preparado” para puxar pela economia
Os membros do Conselho de Governadores concordam que o BCE "tem de estar pronto e preparado" a reagir aos aumentos da incerteza, mas ainda não sabem a que instrumentos recorrer.
O Banco Central Europeu (BCE) de forma geral está pronto para agir em relação à desaceleração da economia, mas os membros do Conselho de Governadores não chegaram a uma decisão sobre o que fazer. Os relatos da última reunião demonstram que o ambiente de “maior incerteza” levou os governadores a explorarem uma série de opções.
“Houve um amplo consenso de que, face ao aumento da incerteza que provavelmente irá prolongar-se ainda mais no futuro, o Conselho do BCE tem de estar pronto e preparado para adotar uma postura ainda mais expansionista na sua política monetária“, refere o documento divulgado esta quinta-feira.
Após a reunião de dia 5 e 6 de junho, o presidente do BCE Mario Draghi anunciou uma revisão em baixa da projeção para o produto interno bruto da Zona Euro em 2020 e 2021. Anunciou igualmente que foram discutidas as possibilidades de cortar a taxa de juro de depósitos (atualmente no mínimo histórico de -0,40%) e relançar o programa de compra de ativos (cujas compras líquidas terminaram em dezembro e que está atualmente em fase de reinvestimentos).
O documento agora conhecido indica que as várias opções foram discutidas no encontro. “Houve também um amplo entendimento que era apropriada a atualização da política monetária face ao prolongamento das incertezas e implicações para o outlook de inflação”, acrescentam os relatos.
Uma semana depois do encontro, Mario Draghi usou o Fórum BCE, em Sintra, para clarificar a postura do banco central. O italiano garantiu que o BCE irá avançar com “estímulos adicionais” à economia caso o outlook não melhore.
Os mercados reagiram às palavras de Draghi com os juros das dívidas a afundarem. No caso de Portugal, a yield a dez anos caiu abaixo de 0,30% pela primeira vez, enquanto na Alemanha, o juro negociou abaixo de -0,40%. Esta quinta-feira, a yield das obrigações portuguesas negoceiam em 0,53%, enquanto a das Bunds alemãs em -0,27%.
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