“Não sei se vem aí uma crise, mas vamos ter um abrandamento da economia”, diz presidente do Santander Totta
Pedro Castro Almeida apresentou lucros de 276 milhões de euros no semestre, mais 5% face em termos homólogos. Mas antevê dificuldades para toda a banca com BCE, concorrência e abrandamento.
Pedro Castro e Almeida apresentou esta segunda-feira uma subida dos lucros, mas o CEO do Santander Totta não foi de grandes sorrisos na apresentação dos resultados. “Não sei se vem aí uma crise, mas, olhando para os próximos três anos, vamos ter um abrandamento vamos ter de certeza. É normal que vá ser uma condicionante” para os bancos, referiu. Mas os fatores de pressão para a banca não ficam por aqui.
O Santander Totta viu os lucros subirem 5% para 276 milhões de euros entre janeiro e junho, com o resultado a ser impulsionado pelo aumento do produto bancário e por resultados com operações de dívida (deu um rendimento de 100 milhões).
Ainda assim, a banca europeia vive tempos desafiantes, considerou Castro e Almeida. “Como vemos o futuro em termos da banca europeia? Vamos ter quatro tendências que vão condicionar o desempenho dos bancos”, começou por dizer o CEO do Santander Totta.
“Primeira tendência, a macroeconomia. Vivemos há mais de seis anos em crescimento, não sei se vem aí uma crise, mas vamos ter um abrandamento. É normal que vá ser uma condicionante“, referiu.
“A segunda será a regulação, o que já saiu e o que está para sair, nomeadamente aquilo que a vice-governadora chamou de sopa de letras, em termos de rácios de capital. Depois a concorrência, os outros players nomeadamente na área de pagamentos. E por fim, a componente de taxas de juro. Apesar de todo o esforço que possa ser feito, o ambiente de taxas de juro condiciona muito a atividade dos bancos”, disse.
" Vivemos há mais de seis anos em crescimento, não sei se vem aí uma crise, mas vamos ter um abrandamento. É normal que vá ser uma condicionante.”
Foi sobre este último ponto que Pedro Castro e Almeida mais aflorou. “Nos últimos três meses houve uma série de acontecimentos que nos próximos três anos vão condicionar muito. (…) Quando fazemos um plano a três anos, naturalmente temos uma expectativa de conta de resultados que é completamente diferente do cenário que temos hoje. Quando víamos a taxa Euribor a 12 meses em terreno positivo no final de 2019, e ainda mais positivas em 2020 e 2021, agora só teremos isso lá para 2024. Isto condicionará muito a atividade dos bancos”, explicou Castro e Almeida.
“O nosso mandato é preparar o banco para os tempos que aí vêm”, referiu.
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