Caixa Brasil exposta a empresas da Lava Jato
Caixa Geral de Depósitos não fala do impacto da exposição à Lava Jato no preço de venda final do BCG Brasil. Banco tem apenas 12,6 milhões de euros em provisões para crédito de cobrança duvidosa.
O banco brasileiro detido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem na sua carteira de clientes “empresas listadas em medidas no contexto da Lava Jato”, estando por isso exposto a uma das maiores investigações do Brasil a crimes financeiros. O Banco Caixa Geral (BCG) está na lista de ativos para venda CGD e o banco dos contribuintes portugueses não esclarece o potencial impacto no preço de venda da exposição a clientes envolvidos na Lava Jato.
A informação sobre a exposição do BCG à Lava Jato vem desenvolvida no relatório e contas de 2018 do banco público, que salienta igualmente que nesta instituição, porém, “não há registo de incidentes internos relativos à corrupção”, segundo cita o Jornal de Negócios (acesso pago). Ainda assim, a CGD explica no relatório e contas que já foram tomadas medidas de mitigação do risco destes clientes para o BCG.
“O BCG informa que tomou as medidas necessárias em relação às empresas que constavam na base de clientes, diminuindo a sua exposição de crédito, quando aplicável, encerrando relacionamentos e incluindo as empresas remanescentes em watch list de compliance [lista de controlo de cumprimento], com acompanhamento aproximado das operações residuais”, aponta o documento do banco público.
Ainda de acordo com o diário do grupo Cofina, e seguindo a informação presente nas contas de 2018, o BCG tinha apenas 12,6 milhões de euros em provisões para crédito de cobrança duvidosa.
A venda do BCG deu um passo largo na semana passada, depois do Governo português ter aprovado em Conselho de Ministros a resolução “que seleciona os potenciais investidores admitidos a participar na fase subsequente do processo de alienação das ações detidas direta ou indiretamente pela CGD no capital social do BCG Brasil”.
De acordo com a Caixa Geral de Depósitos, as propostas deverão chegar a partir do quarto trimestre deste ano, já tendo sido noticiado o interesse do Banco Luso Brasileiro e Banco ABC Brasil.
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