S&P abre a porta a nova subida do rating de Portugal
A agência de notação financeira norte-americana reviu em alta a perspetiva para o "rating" nacional, passando-a para "positiva". Pode, em breve, elevar a notação para "BBB+".
A S&P melhorou a perspetiva para o rating da dívida portuguesa. Elevou-a de “estável” para “positiva”, abrindo a porta a uma nova revisão em alta da classificação atribuída a Portugal, isto depois de em março ter colocado a notação em BBB.
“A economia portuguesa deverá crescer perto de 2% este ano, com um orçamento equilibrado”, diz a S&P, acrescentado que o rácio da dívida pública em função do PIB está no “bom caminho para uma nova redução de 12 pontos percentuais até ao final de 2022”.
"A partir de hoje Portugal passa a ter uma perspetiva ‘positiva’ por parte das principais agências de notação financeira, o que traduz a confiança e a credibilidade da política seguida pelo Governo.”
Estes dois fatores, juntamente com a perspetiva da agência de que o país está agora em melhor posição para responder às responsabilidades, levaram a uma revisão em alta do outlook para o rating do país. “Revimos o outlook de Portugal para ‘positivo’ de ”estável’, reafirmando a nossa notação de BBB“, nota a agência. Pode, assim, em breve elevar a notação para BBB+.
“A partir de hoje Portugal passa a ter uma perspetiva ‘positiva’ por parte das principais agências de notação financeira, o que traduz a confiança e a credibilidade da política seguida pelo Governo”, congratulou-se o Ministério das Finanças.
Redução do rácio da dívida pública
A “S&P destaca o reforço da resiliência da economia portuguesa, que traduz uma melhoria da composição, da maturidade e do custo associados à dívida externa“, refere o Executivo.
Esta “evolução traduz o processo de consolidação estrutural das contas públicas e a manutenção de ganhos de competitividade, que se têm refletido numa maior orientação exportadora da economia, na diminuição gradual do endividamento privado e num crescimento económico e do investimento a ritmos superiores ao da área do euro“.
No que respeita às contas públicas, o Ministério das Finanças salienta que a S&P destaca “o excedente primário de cerca de 3% alcançado em 2018, um dos maiores da área do euro, e que estima que se mantenha no período 2019-2022, reforçando a trajetória de redução do rácio da dívida pública“.
Melhoria do rating baixa juros
Da última vez que a S&P atualizou o rating de Portugal, a 15 de março, as notícias foram positivas: o rating subiu um degrau na escala, para “BBB”, afastando-se um pouco mais do patamar considerado “lixo”. Essa decisão, juntamente com a de outras agências de notação, que têm também a porta aberta a novas revisões em alta do rating, permitiu uma descida acentuada dos juros nos mercados internacionais.
“A melhoria do rating da dívida pública portuguesa beneficia as condições de financiamento do Estado, das famílias e das empresas“, salienta o Ministério das Finanças.
“A taxa de juro das obrigações da República Portuguesa a 10 anos está hoje abaixo de 0,3% e o diferencial face às economias com melhor notação tem vindo a reduzir-se, estando hoje as taxas de Portugal em linha com as da dívida espanhola”, acrescenta, sem referir o impacto que a política monetária do Banco Central Europeu tem tido nas taxas dos soberanos do euro.
Recorde-se que depois de terminar a compra líquida de títulos de dívida pública, o BCE continuou a reinvestir os juros resultantes do programa. Agora, com a economia do euro a dar sinais de abrandamento, Mario Draghi anunciou que vai voltar ao mercado, através do programa de compra de ativos alargado, realizando aquisições no 20 de mil milhões de euros por mês.
(Notícia atualizada às 21h38 com mais informação)
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