Arábia Saudita culpa Irão pelo ataque às instalações petrolíferas. EUA aumentam sanções
O Ministério da Defesa da Arábia Saudita revelou imagens e vídeos de destroços de drones e mísseis utilizados nas agressões de sábado. Sauditas dizem que tese da culpa do Iémen no ataque é falsa.
O Ministério da Defesa da Arábia Saudita diz ter provas físicas sobre o envolvimento do Irão nos ataques à petrolífera saudita Aramco, entre as quais os destroços de drones e mísseis utilizados nas agressões. Os EUA também têm apontado o dedo ao Irão, que desmente, ameaçando retaliar caso seja atacado. Entretanto, o Presidente dos EUA deu instruções ao secretário de Estado do Tesouro para aumentar as sanções económicas ao Irão.
De acordo com a BBC, o Ministério saudita refere que foram utilizados 18 drones e sete mísseis de cruzeiro nos ataques e de uma direção que não o Iémen. Perante as provas físicas encontradas, o Governo saudita afirma que os destroços provam que os ataques foram “inquestionavelmente patrocinados pelo Irão”. Para comprovar essa tese, em conferência de imprensa foram mostradas imagens e vídeos relativos a alguns destroços, como, por exemplo, asas em forma de delta — uma característica dos drones iranianos, segundo porta-voz do Ministério da Defesa da Arábia Saudita, Turki al-Malki.
Para o executivo saudita o ataque terá partido do Norte do país e não do Sul, onde fica o Iémen. “Este ataque não teve origem no Iémen, apesar de todo os esforços do Irão para tentar passar essa ideia”, disse o porta-voz saudita, acrescentando que “a cooperação do Irão com um grupo na região [os Houthis] está a ser usada para criar esta falsa narrativa”.
O porta-voz referiu ainda que os dados recolhidos pelos aparelhos informáticos incorporados nos drones demonstram que o ataque teve origem iraniana. Estes novos detalhes contrariam a informação confirmada pelos rebeldes iemenitas (Houthis) — que já tinham lançado vários ataques contra a Arábia Saudita como retaliação pela intervenção da coligação liderada pelos sauditas na guerra que o país enfrenta desde 2015 –, de que tinham sido responsáveis pelo ataque.
Irão nega ataque e avisa formalmente EUA de que vai responder a qualquer agressão
Ainda antes da conferência de imprensa desta quarta-feira, e depois de o Irão ter negado qualquer ataque, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA) informou, via Twitter, que deu instruções ao Secretário de Estado do Tesouro para aumentar as sanções económicas ao Irão.
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Esta não é a primeira vez que os EUA impõem sanções ao país iraniano desde que saíram do acordo nuclear, situação que tem vindo a afetar a moeda do Irão, com preços mais altos e escassez de produtos, refere a Bloomberg. Perante a escalada de tensão entre os dois países, o Irão tem vindo a reduzir os seus compromissos no acordo e reitera que não abrirá espaço a negociações sem o alívio das sanções.
Apesar de Donald Trump não ter culpado diretamente o Irão pelos ataques de sábado, Mike Pompeo e outros oficiais norte-americanos consideraram que a localização dos drones e armas sugerem que o ataque não tenham sido lançado do Iémen, posição agora fortalecida com as informações do Ministério da Defesa Saudita.
Numa nota oficial publicada esta manhã na imprensa iraniana, o Executivo iraniano adverte que tomará uma “resposta imediata” caso haja algum ataque por parte dos EUA. “Caso venha a ser levada a cabo qualquer ação contra o Irão haverá uma resposta imediata e o alcance da resposta não se vai limitar a uma ameaça”.
Na segunda-feira, foi enviado um documento por parte das autoridades de Teerão à representante dos interesses norte-americanos na embaixada da Suíça na capital do Irão, visto que os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com a República Islâmica. Na carta, o governo iraniano sublinha que os ataques contra a Aramco “não foram obra do Irão”, condenando e desmentindo as acusações.
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