“Tempo começa a escassear” para o 5G. Anacom, “se está a trabalhar, não se vê”, diz Mário Vaz

Portugal tem até junho para arrancar com o 5G, mas o "tempo começa a escassear". Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, diz que a Anacom tem de acelerar. Precisa de um abanão? Precisa de "alguma coisa".

A Vodafone está pronta para o 5G. “Estamos a preparar a infraestrutura e as competências para que o 5G aconteça em Portugal da mesma forma que aconteceu com o 4G e o 3G”, diz Mário Vaz, mas falta a Anacom. O CEO da Vodafone Portugal pede mais celeridade ao regulador do setor que, “se está a trabalhar, está a trabalhar para dentro”, não o demonstrando para fora. O tempo “está a escassear”, alerta.

“Há um compromisso do Estado português com a Europa de lançar o 5G até junho de 2020”, lembra Mário Vaz ao ECO, à margem dos IRGAwards. “Para que isso aconteça, é preciso começar a trabalhar com antecedência… Para junho ainda faltam oito meses, mas do ponto de vista do que ainda é preciso fazer, o tempo começa a escassear”. A culpa não é das operadoras. É do regulador.

Está assim tão atrasado o processo? “Depende da complexidade e daquilo que é o modelo pensado para a atribuição das licenças, que eu não conheço. Uma das dificuldades de comentar algo é quando não temos nada sobre o que comentar, porque a inação não tem nada. Sobre o nada eu não consigo comentar“, atira.

A Anacom, “se está a trabalhar, está a trabalhar para dentro. Não se vê nada para fora”, diz o CEO da Vodafone Portugal. “Estas coisas não são feitas carregando num botão. São feitas com tempo, com programação”, diz, acrescentado que as operadoras precisam saber com que regras vão jogar no 5G. “Quanto mais cedo conhecermos essas regras, mais facilmente conseguimos estruturas e planear para que o 5G seja um sucesso”, nota.

"Anacom é uma instituição. Espero bem que não seja uma pessoa [o presidente] a determinar o que é a que a instituição faz ou deixa de fazer.”

Mário Vaz

CEO da Vodafone Portugal

Mário Vaz evita apontar o dedo ao presidente da Anacom, João Cadete de Matos, como tem feito Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, que ainda recentemente afirmou que se estivesse no cargo de liderança do regulador se demitiria. “Não personalizo” as culpas do atraso no 5G. A Anacom “é uma instituição. Espero bem que não seja uma pessoa a determinar o que é a que a instituição faz ou deixa de fazer”.

A “Anacom existe há muitos anos e tem trabalho feito e tem ausência de trabalho também feito”, diz. Precisará de um abanão para carregar no acelerador, garantindo o sucesso do 5G? “O que é preciso é que haja alguma coisa. Isso é que é preciso”, desabafa. “Não sei se é preciso um abanão porque estão a trabalhar lentamente lá dentro, ou se nos vão demonstrar que há trabalho a acontecer, que os timings vão ser cumpridos e que vamos ter o 5G o mais rapidamente possível”, remata.

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