Visitar Jerónimos e a Torre de Belém pode ficar mais caro para turistas

  • ECO
  • 26 Setembro 2019

Para combater o boom turístico, Dalila Rodrigues admite aumentar os preços cobrados aos turistas e começar a cobrar entrada na igreja do Mosteiro dos Jerónimos. Portugueses podem ter descontos.

Visitar o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém pode ficar mais caro, mas apenas para os turistas. Dalila Rodrigues, professora universitária e historiadora de arte, que é atualmente diretora dos dois monumentos, defende preços mais elevados para as visitas perante o boom turístico registado nos últimos anos. Ao mesmo tempo, pede bilhetes com desconto para que os portugueses possam conhecer edifícios classificados como património mundial.

Segundo os números divulgados por Dalila Rodrigues, os dois monumentos têm 1,6 milhões de visitantes por ano, gerando receitas no valor de sete milhões de euros. Para fazer face a esta afluência, Dalila Rodrigues pretende cobrar mais aos turistas, considerando que “a Torre devia ter um preço mais elevado“, fixado atualmente em seis euros, disse em entrevista ao Jornal Público e a rádio Renascença.

Por outro lado, a antiga diretora dos museus Grão Vasco e Nacional de Arte Antiga quer continuar a garantir a gratuitidade da entrada para os estudantes, jovens, investigadores e desempregados e propõe “bilhete reduzido para públicos nacionais”.

A diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém admite ainda a possibilidade de vir a cobrar a entrada na igreja do mosteiro. Em período de maior afluência — como é o caso das terças-feiras em agosto, onde há três cruzeiros ancorados em Lisboa –, “ a igreja é procurada por dez mil pessoas por dia”, conta Dalila Rodrigues. No entanto, refere que “é uma questão que tem de ser decidida pelo Ministério da Cultura e pelo Patriarcado”.

A diretora, que fez parte dos conselhos de administração do CCB e da Fundação Berardo — cujo museu diz faz falta ao país –, assumiu como “prioritárias” as obras de conservação na fachada sul e no claustro, garantiu que alguns dos tesouros artísticos vão voltar ao Mosteiro dos Jerónimos.

Eventos? Sim, mas culturais

Outra das prioridades definidas pela responsável é a revisão dos eventos privados que decorrem nos monumentos. A posição da diretora é clara: “utilização de espaços para acontecimentos de âmbito cultural? Sim. Outro tipo de eventos? Omais possível, não”, atira.

Dalila Rodrigues acrescenta que neste campo “é necessária uma disciplina e uma reorientação nos eventos” para fins lucrativos, mas não todos, estando afastados eventos como o polémico jantar da Web Summit no Panteão Nacional, em 2017. A diretora afirma que “o Mosteiro dos Jerónimos não tem disponibilidade para acolher eventos como jantares”. Essa oferta ainda está disponível na Torre de Belém, mas que será alterada em breve.

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