Juros da dívida portuguesa em máximos desde o verão. Taxa a 10 anos perto de 0,5%

Procura por ações em detrimento das obrigações faz subir yields na Zona Euro. Há quatro meses e meio que Portugal não tinha um juro tão elevado no prazo a 10 anos.

Os juros das dívidas públicas da Zona Euro entraram em dezembro em alta, com os investidores a mostrarem maior apetite por ações, mas também perante a incerteza sobre a política alemã. Portugal não foge à tendência e a yield das obrigações do Tesouro nacionais sobem para máximos de quatro meses e meio, voltando a aproximar-se de 0,5% no prazo a 10 anos.

A yield portuguesa dos títulos a 10 anos tocou esta segunda-feira nos 0,476%, um máximo desde 25 de julho (quando negociou em 0,493%). Desde essa altura que o juro da dívida nacional benchmark não ultrapassa 0,5%. Nas restantes maturidades, Portugal já só tem juros negativos na dívida até cinco anos (tendo chegado aos oito anos em outubro).

O país segue a tendência europeia, onde a generalidade dos Estados sofre um agravamento dos juros, numa altura de incerteza sobre a política alemã. A yield alemã a dez anos avança para -0,303% (em máximos de uma semana), enquanto Espanha sobe para 0,49% e Itália para 1,3%.

Juros da dívida portuguesa agravaram no último trimestre

Fonte: Reuters

“A coligação de Merkel poderá estar em risco, depois da eleição este fim de semana dos líderes do partido SPD. Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken foram ambos eleitos para a liderança do partido, mas ambos têm um viés para políticas de esquerda, que poderão entrar em colisão com o partido de Merkel CDU e com o parceiro da coligação CSU”, explicam os analistas do BiG – Banco de Investimento Global.

Nos próximos dias será determinado o rumo do partido SPD e os novos líderes apesar de afirmarem que não pretendem abandonar abruptamente a coligação, é provável que tentem impor medidas de expansão fiscal tais como o abandono do equilíbrio orçamental que Merkel defende de modo a aumentarem o salário mínimo”, acrescentam.

Além de estarem à espera de perceber o futuro governativo na Alemanha, os investidores estão a mostrar especial interesse no mercado acionista. Os indicadores PMI tanto de França e Alemanha como da China sinalizam maior robustez económica que o esperado e levaram as ações europeias para próximo de máximos de quatro anos. O índice pan-europeu Stoxx 600 e o português PSI-20 valorizam cerca de 0,5%.

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