Construtoras e proprietários alemães em protesto pelo congelamento das rendas
Cerca de 1.500 pessoas, proprietários e em representação de construtoras, estão reunidos em Berlim, em protesto contra o congelamento das rendas que o Governo quer impor.
Meses depois de Berlim ter anunciado que pretende congelar o preço das rendas durante cinco anos, mais de mil pessoas saíram à rua em protesto contra esta medida. A ideia está pensada de forma a proteger os inquilinos, mas os proprietários sentem-se injustiçados, assim como as construtoras e as empresas imobiliárias. Para estes, a resposta passa pela construção de mais habitações.
O ponto de encontro são as famosas e icónicas Portas de Brandemburgo, onde se esperam cerca de 1.500 pessoas e 240 veículos, naquele que é um protesto contra a Câmara de Berlim, avança a Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês). Ao local chegaram esta manhã três camiões de empresas construtoras e vários representantes de proprietários.
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Berlim está a tentar aliviar o peso das rendas na capital, depois de um boom imobiliário ter feito duplicar o valor das rendas nos últimos dez anos. Para isso, a autarquia decidiu congelar os valores dos arrendamentos durante cinco anos, uma medida que está a deixar muitos insatisfeitos, incluindo economistas e proprietários, que defendem que a única maneira de facilitar o acesso à habitação é construir mais casas.
“Mueller, precisamos de conversar”, escreveram os organizadores do protesto no Twitter, referindo-se ao presidente da Câmara de Berlim, Michael Mueller. O grupo, chamado “Novas maneiras de Berlim”, defende que as medidas para controlar os valores do arrendamento vão interromper várias obras de reabilitação e construção, acabando com postos de trabalho.
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Heiko Kretschmer, responsável do grupo, disse aos manifestantes reunidos nas Portas de Brandemburgo que os planos do Governo para a capital alemã serão “uma barreira ao investimento”. “O número de casas a serem construídas e as licenças para as obras já estão a diminuir e os investidores estão a ir para outros locais”, disse ele.
Esta medida “ameaça causar danos consideráveis ao mercado imobiliário e a Berlim como um todo”, escreveram economistas do instituto IW, num relatório recente para o partido da União Democrata Cristã, que está em oposição em Berlim e se opõe às medidas. Acabar com esta ideia é “urgente do ponto de vista económico, para evitar danos maiores à economia de Berlim”.
A lei que prevê este congelamento das rendas vai ser discutida esta semana no Parlamento de Berlim e deverá entrar em vigor no primeiro trimestre do próximo ano, refere a Bloomberg.
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