Plano do Governo para Saúde “é positivo” mas “dinheiro sozinho não vai resolver a questão”, diz a bastonária da Ordem dos Enfermeiros

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros vê com bons olhos o investimento anunciado para a Saúde, mas aponta que é necessário saber onde serão alocadas as verbas.

O plano de reforço do orçamento da Saúde em 800 milhões de euros é “positivo”, mas é necessário saber onde serão alocadas as verbas, aponta a bastonária da Ordem dos Enfermeiros. Quanto à contratação de profissionais anunciada, falta também saber a distribuição, já que são necessários 3.000 enfermeiros por ano, defende Ana Rita Cavaco.

“Ficamos contentes que este plano tenha sido traçado porque há um problema efetivo no Sistema Nacional de Saúde (SNS)”, diz Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, ao ECO. No entanto, reitera que “o dinheiro sozinho não vai resolver a questão, tem de ser acompanhado de medidas”.

Para a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, o SNS é “centrado excessivamente nos hospitais e exclusivamente nos profissionais, nomeadamente nos médicos, e tem de estar centrado nas pessoas”, sendo que as medidas para o setor deveriam ir neste sentido.

O Governo anunciou também que iria contratar 8.400 trabalhadores, mas não adiantou a divisão por profissionais. “No caso da enfermagem temos uma carência grave, comprovada pelos números da OCDE”, aponta Ana Rita Cavaco. Enquanto a média da OCDE é de 8,8 enfermeiros por cada 1.000 habitantes, a de Portugal é de 6,7.

“Para atingir a média da OCDE tínhamos de contratar 3.000 por ano”, por isso, “se destes profissionais 3.000 forem enfermeiros, é adequado”, diz. A bastonária acrescenta ainda que o custo desta contratação seria de 64 milhões de euros por ano.

Apifarma saúda reforço e adoção de plano plurianual

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) também reagiu ao anúncio, dizendo que o vê “com evidente satisfação“. “Estas são condições indispensáveis para oferecer os melhores cuidados de saúde aos cidadãos, mas também para promover uma gestão mais eficiente e um melhor planeamento e previsibilidade nas instituições do SNS”, diz a associação em comunicado.

“Não é possível gerir os hospitais – e a doença – sem as condições financeiras mínimas e num quadro de permanente suborçamentação. Confiamos que, quando efetivado, o conjunto de decisões políticas hoje anunciado contribuirá para que os doentes, os seus familiares e os portugueses se revejam com mais confiança nos cuidados públicos de saúde”, completa a Apifarma.

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