Bruxelas diz estar preocupada por prazo “limitado” para negociar acordo comercial após o Brexit
A Comissão Europeia está preocupada com “prazo limitado” para negociar com o Reino Unido a futura relação comercial após a concretização do Brexit. Admite dificuldades para conseguir um acordo.
A Comissão Europeia admitiu esta terça-feira estar preocupada com o “prazo limitado” estipulado para negociar com o Reino Unido a futura relação comercial após a concretização do Brexit, admitindo dificuldades para conseguir um acordo até final de 2020.
“Estamos preocupados porque o período de que dispomos para negociar um futuro acordo comercial [com o Reino Unido] vai ser muito limitado e julgamos que será difícil chegar a um acordo exaustivo no prazo previsto”, declarou o vice-presidente do executivo comunitário para a área económica, Valdis Dombrovskis.
Falando em conferência de imprensa à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, Valdis Dombrovskis indicou que o negociador chefe da União Europeia (UE) para o Brexit, Michel Barnier, apresentou esta terça-feira, na reunião do colégio de comissários, “um ponto de situação atualizado” sobre este processo, na sequência da vitória dos conservadores nas eleições britânicas.
“Primeiro que tudo, acreditamos que o resultado das eleições traz claridade ao processo e esperamos para breve uma ratificação do acordo de saída no parlamento britânico”, referiu o comissário europeu.
Valdis Dombrovskis mostrou-se menos otimista relativamente ao acordo comercial, dadas as datas estipuladas.
“Ainda não começaram as negociações, mas de facto parece-nos um prazo muito apertado”, reforçou o responsável.
E adiantou: “Vamos ver o que conseguimos”.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, quer proibir por lei qualquer prolongamento para além de 2020 do período de transição após o Brexit em 31 de janeiro, adiantou esta terça-feira uma fonte do governo.
“O nosso programa indicou claramente que não prolongaríamos o período de transição e a nova lei que implementa o acordo de saída vai proibir legalmente o governo de aceitar qualquer extensão”, vincou a fonte do governo.
A medida deverá ser inserida na legislação que regula o acordo de saída do Reino Unido da UE que o governo quer submeter ao parlamento na sexta-feira.
“Na semana passada, o público votou num governo que concretizaria o Brexit e permitiria que este país avançasse. E é exatamente isso que planeamos fazer esta semana”, afirmou a mesma fonte.
No programa eleitoral do Partido Conservador, que ganhou as eleições da passada quinta-feira com uma maioria absoluta de 365 deputados, está escrito que o processo de aprovação da legislação começaria antes do Natal para garantir a saída a 31 de janeiro.
O programa refere também que o Reino Unido não iria estender o período de implementação, também conhecido por período de transição, em que o Reino Unido continua a aplicar as regras europeias, incluindo a liberdade de circulação, a ter acesso ao mercado único.
Durante esses onze meses, Londres e Bruxelas vão negociar um novo acordo de comércio livre e cooperação entre as duas partes, mas vários analistas e até o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, admitiram ser “pouco realista” concluir tudo naquele prazo.
O período de transição pode ser prorrogado por até dois anos, a fim de evitar uma rutura drástica e caótica das relações económicas se as duas partes não concluírem as negociações.
O pedido tem de ser apresentado por Londres até 1 de julho de 2020.
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