Metro do Porto anuncia duas novas composições com mais capacidade e conforto

  • Lusa e ECO
  • 23 Dezembro 2019

Metro do Porto disponibiliza a partir de 6 de janeiro duas composições com bancos longitudinais para acomodar “mais gente, com mais conforto” e “menos tempo de paragem”.

O Metro do Porto, que este ano transportou 70 milhões de clientes, disponibiliza a partir de 6 de janeiro duas composições com bancos longitudinais para acomodar “mais gente, com mais conforto” e “menos tempo de paragem”, foi divulgado esta segunda-feira.

“Trata-se de um projeto-piloto que estamos a desenvolver em colaboração com a ESAD [Escola Superior de Artes e Design]. Teoricamente, a nova configuração destas duas composições permite aumentar quatro lugares, mas o mais importante é a maior capacidade de acomodação, a maior fluidez e menos tempo de paragem, que é importante para a operação”, disse Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, na cerimónia que assinalou os 70 milhões de clientes da empresa em 2019.

Com um crescimento de 13% de clientes desde abril, com a entrada em vigor do PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária, a empresa vai ainda arrancar, em 2020, com o projeto para alterar o término da linha Amarela no Hospital de São João, com vista a aumentar de 11 para 16 o número de “veículos por hora em hora de ponta”, acrescentou o responsável.

De acordo com Tiago Braga, a intenção é, no fim de 2002 ou início de 2021, fazer aquela obra, que é “relativamente simples”.

Quanto aos dois veículos que entram ao serviço a 06 de janeiro, o presidente da Metro do Porto esclareceu que vão servir de teste, sendo intenção da empresa “fazer a alteração para toda a frota de Eurotram”.

Isto se, no fim de janeiro, se constatar que os clientes ficaram satisfeitos com a mudança, observou.

“A mudança aumenta muita área disponível. Vamos ter mais capacidade de acomodar mais gente com mais conforto. Atualmente, quando nos dizem que há sobrelotação, essa perceção acontece quando o veículo tem uma ocupação de 80%, porque há ocupação incorreta do espaço disponível”, descreveu.

Quanto às propostas para as empreitadas da nova linha Rosa, no Porto, e do prolongamento da Linha Amarela em Vila Nova de Gaia até Vila d’ Este, o responsável disse esperar que sejam entregues até 18 de fevereiro, com a perspetiva de arrancar com as obras em junho de 2020 e, “até 2023, estar em condições para começar a operação comercial”.

Na companhia do ministro do Ambiente, Tiago Braga destacou o número “absolutamente extraordinário” de transporte de 70 milhões de clientes “desde o início de 2019”, no 17.º ano de operação da empresa.

“As melhores estimativas para o melhor cenário apontavam para 60 milhões. Estamos com 10 milhões a mais”, frisou.

A empresa chinesa CRRC Tangsthan (chinesa) venceu o concurso para entregar 18 novas composições à Metro do Porto, por 49,6 milhões de euros, menos 6,5 milhões do que o valor base do procedimento.

O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, revelou à Lusa em outubro que, para responder ao aumento de seis milhões de passageiros de 2019, esperava “antecipar até ao fim de 2021” a contratação das composições, inicialmente previstas para as novas linhas do metro, que devem estar prontas em 2022/23.

Atualmente, a frota da Metro do Porto é constituída por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train.

O Metro do Porto opera em sete concelhos com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, utilizada por mais de 62 milhões de clientes por ano.

Metro do Porto alcança novo recorde

O Metro do Porto atingiu um novo recorde histórico de procura. Desde o início do ano até dia 23 de dezembro, o Metro da Invicta transportou 70 milhões de clientes. São mais 8,5 milhões e 14% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Perante o novo recorde absoluto que atingimos esta segunda-feira, o primeiro agradecimento deva ser feito aos nossos clientes. Eles que, por vezes, viajam com condições de conforto que, reconhecemos, podiam ser melhores. Mas eles, clientes, que todos os dias confiam no esforço e na dedicação do Metro do Porto e na fiabilidade do nosso serviço. Muito obrigado”, nota Tiago Braga, presidente do Metro do Porto.

Desde o início da atividade em 2002, o Metro do Porto já transportou mais de 810 milhões de clientes e já percorreu mais de 100 milhões de quilómetros. O equivalente a 2.500 voltas ao planeta Terra ou a mais de 130 viagens de ida e volta à Lua.

João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, que marcou presença na cerimónia, garantiu o empenho do governo na expansão da rede do Metro, cujos concursos públicos para as novas linhas (Rosa, no Porto, e prolongamento da Amarela, em Gaia) se encontram a decorrer. O metro da Invicta ganhará sete quilómetros e sete novas estações até 2023.

Ministro do Ambiente diz estranhar pareceres positivos a hotel em praia de Matosinhos

O Ministro do Ambiente disse esta segunda-feira “achar estranho” a existência de pareceres positivos ao licenciamento de um hotel junto ao mar, na Praia da Memória, em Matosinhos, esperando a conclusão das averiguações dentro de um mês.

“A obra está licenciada. Tanto quanto me foi explicado, foi licenciada com todos os pareceres positivos. Não posso deixar de achar estranho que, num local como aquele, tenha havido esses pareceres positivos. Por isso determinei um processo de averiguações”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, no Porto, quando questionado pelos jornalistas sobre a edificação contestada no concelho de Matosinhos.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática disse que quer, “pelo menos, perceber muito bem o que aconteceu” com a investigação que a Inspeção Geral do Ambiente tem 30 dias para concluir.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática determinou a 16 de dezembro a realização de uma averiguação ao processo de licenciamento de um hotel em Matosinhos, cuja construção está envolta em polémica devido à localização e que em outubro o foi alvo de denúncia na Procuradoria-Geral da República (PGR).

A 31 de outubro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) revelou, num esclarecimento à Lusa, ter dado parecer favorável ao hotel naquela praia de Matosinhos porque a Câmara excluiu o local da Reserva Ecológica Nacional (REN), deixando-o fora da “área de proteção costeira”.

“O local continua a integrar áreas da REN, delimitadas pela tipologia “zonas costeiras” da carta da REN em vigor. Sucede que, naquele local em concreto, foi excluída, por opção do município de Matosinhos uma área destinada à execução do equipamento turístico”, descreveu a CCDR-N.

A 27 de outubro, dezenas de pessoas manifestaram-se contra a construção do hotel e exigiram que fosse encontrado um local alternativo.

Na ocasião, a obra tinha parado por iniciativa do promotor, tendo sido anunciado que este e a autarquia estavam a negociar a relocalização do empreendimento por motivos ambientais.

A 26 de novembro, a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, admitia que o hotel poderia concretizar-se por falta de acordo, sendo que na semana passada disse que aquela construção “é inevitável”, depois de falhadas as negociações com o promotor.

Durante a reunião pública do executivo municipal, a socialista Luísa Salgueiro revelou ter estado em conversações com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o promotor da obra, durante cerca de dois meses, tendo-lhe apresentado uma solução, que passava por uma localização alternativa, recusada por este por “não se considerar devidamente compensado”.

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