BRANDS' TRABALHO Novas formas de resolução de problemas: o Inquérito Apreciativo

  • BRANDS' TRABALHO
  • 27 Janeiro 2020

Joana Gonçalves Rebelo, EY Manager, People Advisory Services, explica o que é o Inquérito Apreciativo e como podem as organizações implementar esta estratégia de resolução de problemas diferenciadora.

O inquérito apreciativo baseia-se na reflexão sobre os momentos em que a organização está no seu melhor e na extrapolação desses momentos para a idealização do que poderá vir a ser a organização no futuro.

Ao longo do ciclo de vida de uma organização vários problemas vão surgindo e, dependendo do seu grau de complexidade, a solução pode ser encontrada de forma mais imediata ou mais demorada.

Nos casos em que os desafios são mais complexos, é usual serem reunidas equipas de trabalho especializadas para discutirem a questão e procurar “resolver o que está estragado”. No entanto, a abordagem de tentar resolver o que está errado deriva num esmiuçar do problema até à sua mais ínfima fração, o que não só amplifica a sua dimensão como também acarreta consequências menos positivas para os intervenientes, nomeadamente a perda de energia, o diminuir da motivação e o consumo excessivo de tempo…

David Cooperider e Suresh Srivastva na década de 80 desenvolveram uma estratégia de resolução de problemas diferenciadora – o Inquérito Apreciativo. Este baseia-se na reflexão sobre os momentos em que a organização está no seu melhor e na extrapolação desses momentos para a idealização do que poderá vir a ser a organização no futuro.

Fazendo uso de questões de base positiva (exemplo: em que ocasiões é que a nossa organização está no seu melhor?), são trabalhados os temas de base, observando os pontos fortes organizacionais e refletindo sobre os motivos que levam a organização a estar no seu melhor, gerando bem-estar e confiança sobre a sua própria identidade. Assim, a construção da própria solução será sempre mais positiva. “Apreciar e valorizar o já alcançado no passado traz benefícios não só para as organizações e suas equipas, mas também para o desenvolvimento pessoal dos indivíduos e crescimento e bem-estar das famílias, grupos informais e comunidades, promovendo a sua capacidade de planeamento e ação, reforçando a confiança no seu potencial”, lê-se no website do Inquérito Apreciativo.

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Como funciona o Inquérito Apreciativo?

O Inquérito Apreciativo é aplicado em quatro fases: descobrir, sonhar, design e criar.

Durante a primeira fase, “descobrir”, são constituídos grupos de trabalho com elementos heterogéneos, que são convidados a recordar histórias de sucesso organizacional e respetiva análise dos fatores que levaram a esse sucesso.

Durante o “sonhar”, as equipas projetam o futuro desejável. O facto de terem grupos de elementos diversos em termos de experiências e áreas de atuação organizacional vai potenciar multiplicidade de visões e geração de ideias.

O passo seguinte passa pelo “design” de soluções concretas. Após uma fase de brainstorm e geração de ideias, os grupos são convidados a analisá-las e decidir aquelas que mostram ter maior potencial de resposta ao desafio colocado. Iniciativas e ações são desenhadas de forma a criar um plano de execução.

Por fim, surge a “criação” com a implementação das ações desenhadas, dando início ao processo de mudança e efetivando ações para ir ao encontro da solução.

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Este processo de mudança organizacional assenta em pressupostos colaborativos e de cocriação entre equipas, tendo vantagens múltiplas na sua aplicação organizacional. É uma estratégia que aproxima a organização de um futuro ideal por oposição à resolução tradicional – por afastamento do indesejável. Acelera o compromisso para a implementação da mudança e reforça os níveis de engagement, responsabilidade e comunicação que impactam a retenção e promovem a discussão aberta, criativa e inclusiva de todos os participantes.

Cada vez mais as organizações têm preocupações relativas ao bem-estar dos seus colaboradores, promovendo programas focados na saúde, equilíbrio familiar e profissional, etc, revelando uma visão cada vez mais positiva da abordagem à retenção de talento. Será por isso interessante analisar se os processos internos desenhados suportam os investimentos feitos em estratégias de bem-estar. E a sua organização, como ultrapassa os seus desafios?

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