Bruxelas quer acabar com as moedas de um e dois cêntimos

Um esboço de um programa que vai ser apresentado esta quarta-feira prevê que as moedas de um e dois cêntimos saiam de circulação. Mas a medida, que não é nova, está longe de ser consensual.

As moedas de um e dois cêntimos podem ter os dias contados.Pixabay

A nova presidente da Comissão Europeia quer pôr fim às moedas de um e dois cêntimos. A ideia não é nova, mas promete voltar à agenda europeia já esta quarta-feira.

Ursula von der Leyen vai apresentar o seu programa de trabalho, que inclui as iniciativas que tenciona levar a cabo, os projetos que quer cancelar, entre outras medidas. Num dos pontos, a presidente assume que quer retirar de circulação as moedas de um e dois cêntimos, segundo um esboço do programa, a que o Süddeutsche Zeitung teve acesso.

O objetivo desta medida passa pela redução da burocracia, com Bruxelas a assumir que cada vez mais comerciantes europeus já arredondam os preços para os cinco cêntimos — incluindo a Bélgica, desde o início do ano. Além disso, a eliminação das moedas de um e de cinco cêntimos permitem gerar poupanças na emissão, contagem e transporte das mesmas.

Não é a primeira vez que a Comissão Europeia coloca este tema na agenda europeia. Como lembra o Politico, Bruxelas estimou poupanças de 1,4 mil milhões de euros com a eliminação destas moedas em 2013 e já tinha sugerido, no final de 2018, o arredondamento dos preços para o patamar dos cinco cêntimos.

Uma medida deste género pode, assim, libertar espaço nas carteiras dos europeus e tornar mais rápidas as filas nas caixas registadoras. Mas está longe de ser consensual. Segundo o alemão Süddeutsche Zeitung, os principais críticos já se estão a fazer ouvir.

“O que a Comissão está a planear debaixo do nome inofensivo de ‘regras uniformes de arredondamento’ deve fazer tocar todos os alarmes. O começo do fim do dinheiro [físico] não pode ser preparado assim”, afirmou já o eurodeputado Markus Ferber, da CSU.

A confirmar-se, o fim das moedas de um e dois cêntimos surge depois de, há um ano, ter começado o processo para retirar de circulação as notas de 500 euros. Os bancos centrais começaram a recolher estas notas, por considerarem que os pagamentos com notas de 500 euros aconteciam, muitas vezes, no âmbito de atividades ilícitas, tais como tráfico de droga, corrupção e lavagem de dinheiro.

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