Guerra comercial, saúde e até Venezuela. O discurso em que Trump recorda como “reconstruiu” os EUA

Durante mais de uma hora, Donald Trump falou no discurso do Estado da União, congratulando-se por ter conseguido "destruir a mentalidade de um declínio americano".

Durante mais de uma hora, os norte-americanos estiveram de olhos (e ouvidos) postos no discurso do Estado da União feito por Donald Trump, o segundo Presidente a protagonizar um momento destes durante um processo de impeachment. O republicano recordou os três anos em que está na liderança dos Estados Unidos, falando de temas como a guerra comercial, a Venezuela, o Irão e o México, e até usou a saúde para atacar os democratas.

“Em apenas três curtos anos, destruímos a mentalidade do declínio americano e rejeitamos o downsizing do destino americano”, começou por dizer Donald Trump, aos gritos, citado pelo The Guardian (conteúdo em inglês). “Estamos a avançar a um ritmo inimaginável desde há pouco tempo, e nunca mais vamos voltar!”, continuou.

Donald Trump no discurso do Estado da União.Donald Trump/Instagram

Esta não foi a primeira vez que um Presidente norte-americano faz o discurso do Estado da União durante um impeachment, Bill Clinton já se tinha estreado neste cenário em 1999. Mas, agora, Donald Trump enfrenta eleições e, tal como seria de esperar, todo o seu discurso se centrou no “grade retorno americano”. Durante cerca de uma hora e quinze minutos, o Presidente dos Estados Unidos falou ao mundo num discurso em que abordou todos os temas quentes.

Estamos “a construir a sociedade mais próspera e inclusiva do mundo, uma sociedade em que cada cidadão pode juntar-se ao sucesso sem paralelo da América e onde todas as comunidades podem participar no crescimento extraordinário da América”, disse Donald Trump, sublinhando que a taxa de desemprego está no nível mais baixo dos últimos 50 anos.

Em termos de política externa, também não poupou elogios a si próprio, congratulando-se com o seu “plano de paz” para o Médio Oriente. E até falou do assassinato do líder iraniano Qassem Suleimani. “A nossa mensagem para os terroristas é clara: Nunca escaparão da Justiça americana. Se atacarem os nossos cidadãos perdem a vossa vida”, disse.

Para a Venezuela também ficou uma mensagem. Com Juan Guaidó a assistir ao discurso na fila da frente, Donald Trump disse: “Por favor, leve esta mensagem: todos os norte-americanos estão unidos com o povo venezuelano na luta justa pela liberdade. Muito obrigado, senhor Presidente. O socialismo destrói as nações”.

Por último, o Presidente dos Estados Unidos atacou os democratas com o tema da saúde. “Há quem vos queira tirar os vossos cuidados de saúde e o médico e abolir completamente os seguros privados. 132 congressistas nesta sala apoiaram leis destinadas a impor um controlo socialista ao nosso sistema de saúde, acabando com os seguros privados de saúde de 180 milhões de americanos contentes”, acusou.

O discurso do Estado da União ficou ainda marcado por um momento caricato: a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, no final do discurso agarrou ostensivamente nas folhas do discurso de Trump e rasgou-as à frente do Congresso. À saída, Pelosi disse a um jornalista que aquele era o gesto “mais cortês, em relação às alternativas”.

A Casa Branca lamentou já que Pelosi tenha simbolicamente “rasgado” um veterano da Segunda Guerra Mundial, um bebé prematuro nascido às 21 semanas de gravidez, ou ainda a família de Kayla Mueller, morta pelos fundamentalistas do grupo extremista Estado Islâmico na Síria e outros convidados que se encontravam no Congresso e que Trump citou no discurso do Estado da Nação.

O encontro institucional anual perante os membros da Câmara dos Representantes e do Senado registou, no início, um outro momento de tensão e que resume a divisão da classe política norte-americana, quando Donald Trump evitou a mão estendida de Nancy Pelosi.

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