Lucros da Navigator caem 25% com “forte queda dos preços de pasta de papel”

"Forte queda dos preços de pasta e redução da procura de pasta e de papel" ditaram quebra de 25% nos lucros da Navigator.

O ano de 2019 não foi favorável à Navigator. O resultado líquido recuou 25,2%, para 168,3 milhões de euros, uma queda explicada com a “forte queda dos preços da pasta de papel e redução da procura de pasta e de papel”, comunicou a empresa à CMVM.

O EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] fixou-se em 372,1 milhões de euros, menos 18,3% face ao ano anterior.

No período, a Navigator registou um volume de negócios estável de 1,68 mil milhões de euros, “com o crescimento dos volumes de venda de pasta e de tissue a atenuar a redução de preços de pasta e volumes de papel”. Mas isto não foi suficiente para evitar a quebra nos lucros da companhia.

Este volume de negócios inclui 1,19 mil milhões de euros de vendas de papel, 165 milhões de vendas de pasta e 161 milhões de vendas de energia e 132 milhões de vendas de tissue. “O volume de negócios de 2019 inclui ainda cerca de 32 milhões de euros de vendas relacionadas com outros negócios”, refere a empresa.

Síntese dos principais indicadores

Fonte: Navigator. Resultados não auditados

A conjuntura desfavorável fica patente no comunicado remetido ao regulador dos mercados. “O ano de 2019 foi marcado pela deterioração das condições de mercado, em particular pela queda dos preços de pasta e pelo enfraquecimento da procura no mercado europeu. A grande criação de stocks, sobretudo na China, no final de 2018 e durante o primeiro semestre de 2019, contribuíram significativamente para a queda dos preços de pasta”, explica a companhia.

A produção de pasta da Navigator caiu 1,8% em 2019, para 1.426 mil toneladas. A produção foi “condicionada pelas grandes paragens de manutenção ocorridas nas fábricas em abril, maio e setembro, pela greve ocorrida em novembro nas fábricas de pasta da Figueira da Foz e de Setúbal, assim como pelo ramp-up do projeto de aumento de capacidade da fábrica da Figueira da Foz, concluído em 2018″, justifica a Navigator.

Na ótica dos custos de produção, a empresa salienta que “a energia mantém-se como principal fator de agravamento, registando uma evolução desfavorável em mais de 23 milhões de euros” face ao período homólogo “devido ao aumento do preço de aquisição de eletricidade e gás natural”. “A instabilidade operativa registada ao longo do ano refletiu-se numa menor quantidade de produção de energia e numa maior quantidade de compra a preços mais elevados, quando comparados com o ano anterior”, prossegue.

Além disso, “verificou-se também um aumento no custo unitário de aquisição de madeira face a 2018″, por causa do aumento do peso da madeira certificada na madeira nacional adquirida no mercado.

A empresa registou ainda um aumento nos custos com os químicos, “com um impacto de mais de dez milhões de euros”, assim como um aumento de 3% nos custos fixos, “não tendo a redução verificada nos gastos com pessoal sido suficiente para compensar a evolução menos favorável nos custos com funcionamento e manutenção”, lê-se na mesma nota.

No plano da dívida, a dívida líquida remunerada aumentou 32,3%, de 683 milhões em 2018 para 715,3 milhões no final de 2019.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h10)

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