Prejuízos de empresas torna plano de privatizações em Angola “difícil de alcançar”
A Economist Intelligence Unit considera que o progresso na privatização de empresas em Angola "deverá continuar lento" e que o objetivo de vender "195 ativos até 2022 pode ser difícil de alcançar".
Economist Intelligence Unit (EIU) considerou que o plano de privatizações de empresas públicas em Angola, que prevê a venda de 195 ativos até 2022, será “difícil de alcançar” devido aos prejuízos destas empresas.
“O progresso na privatização deverá continuar lento, e o objetivo do Governo de vender 195 ativos até 2022 pode ser difícil de alcançar, particularmente porque muitas companhias na lista dão prejuízo”, escrevem os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist.
Num comentário ao lançamento da segunda fase do programa de privatizações, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que “o plano de privatizações continua a ter um desempenho lento, provavelmente devido aos altos níveis de burocracia, ao desafiante ambiente de negócios que dificulta o investimento privado, e aos baixos níveis de liquidez do sistema financeiro angolano”.
Um total de 13 unidades fabris começam a ser alienadas, este mês, na segunda fase do processo de privatizações, que o Governo angolano iniciou em 2019 e no qual conseguiu arrecadar 16 milhões de dólares (14,5 milhões de euros).
As empresas em causa fazem parte de um conjunto de 195 ativos detidos ou participados pelo Estado angolano e que pretende alienar até 2022, no quadro do seu Programa de Privatizações (Propriv).
As empresas listadas para privatização têm produção nas áreas de embalagens metálicas, betão, carpintaria, sacos plásticos, tintas e vernizes, torres metálicas, tubos em PVC, telhas metálicas, acessórios em PVC, vedações, absorventes e sacos para cimento.
“Angola há muito que fala na privatização de várias empresas públicas para limitar a exposição financeira e tornar os serviços públicos mais eficientes”, lembram os analistas da Economist.
Os peritos da EIU vincam que um dos principais aspetos do plano de privatizações “é a proibição de indivíduos, cônjuges e parentes diretos com ligações diretas às entidades e ao processo de venda de participarem na licitação”.
Para os analistas, “isto serve para resolver potenciais conflitos de interesse que poderiam surgir e para tranquilizar as preocupações de que os membros da elite política iriam ser favorecidos, assim aprofundando os interesses ocultos e prejudicando a concorrência”.
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