Covid-19: Presidente da Mapfre recomenda prudência, mas sem medo
Na assembleia anual da seguradora, António Huertas dirigiu-se aos acionistas abordando o impacto do Covid-19 no cenário económico. Referiu-se a volatilidade e incerteza em Espanha e no mundo.
A seguradora espanhola de raiz mutualista agrária celebrou a reunião anual com acionistas na passada sexta-feira, 13 de março, com um número reduzido de participantes. Face às orientações das autoridades sanitárias espanholas para o atual contexto de ameaça do novo coronavírus, muitos acionistas delegaram votos a representantes e acompanharam a assembleia geral (AG) por canais digitais.
Inevitavelmente, António Huertas Mejías, presidente e CEO da Mapfre, abordou a crise causada pela doença pandémica (Covid-19). Falou de tempos “incertos” apontando um cenário que o gabinete de estudos da seguradora antecipa uma perda de duas a três décimas no crescimento esperado da economia espanhola, reduzindo a taxa de crescimento do PIB em 2020 para 1,4%. Huertas adiantou que a incerteza afetará a implementação da política económica e o compromisso de redução do défice nas contas públicas de Espanha.
Os efeitos da incerteza causada pelo impacto do Covid-19 e da volatilidade que já era evidente no ambiente político (em Espanha) terão “magnitude desconhecida”. Existe “um medo que assola quase o mundo inteiro”, com um “travão” na economia refletindo com “estrondo” nas bolsas, referiu.
No mercado ibérico (Espanha e Portugal), a Mapfre contabilizou 7 718 milhões de euros em montante de prémios, mais 0,8% face a 2018, alcançando um resultado de 498 milhões de euros, em crescimento anual de 3,6%.
No encerramento da AG, Huertas referiu os casos de Itália, Espanha e outros países onde a companhia opera para pedir a clientes, fornecedores, e colaboradores para que atuem com “prudência, mas sem medo”, seguindo sempre as normas das autoridades sanitárias e tratando de não incrementar riscos com as atividades pessoais e profissionais.
Globalmente, a instituição encerrou o exercício de 2019 com um lucro líquido de 609 milhões de euros (+15,2% face a 2018), registando um incremento de 7,1% nas receitas até um montante consolidado de 28 472 milhões de euros. No documento em que divulgou os resultados anuais, a Mapfre destaca um acréscimo de 2,2% no valor e prémios de seguro, para 23 044 milhões de euros.
O rácio combinado fixou-se nos 97,6%, beneficiando da melhoria do indicador nos mercados do Brasil, Latam Norte e Estados Unidos.
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