Santander Totta não vai pagar dividendos. Tem 8 mil milhões para financiar a economia

Depois do Santander, o Santander Totta decidiu também não pagar dividendos. O banco liderado por Pedro Castro Almeida vai seguir as recomendações das autoridades monetárias neste contexto de pandemia, mantendo essa “fatia” dos lucros em caixa para enfrentar a crise que resulta da propagação do Covid-19.

Em comunicado, o banco “informa que, na sequência das recomendações emitidas pelo Banco Central Europeu e de interações com o Banco de Portugal, decidiu que não procederá à distribuição de dividendos programada para o próximo mês de maio referente ao exercício de 2019″.

Recorde-se que esta sexta-feira a presidente do grupo bancário espanhol Santander, Ana Botín, anunciou o cancelamento dos dividendos do banco, tanto os referentes a 2019 como os de 2020. A decisão acabou por ser seguida pelo Totta, em Portugal.

“Apesar de o banco cumprir folgadamente os rácios de capital exigidos pelo Banco Central Europeu, nomeadamente tendo um rácio de Core Equity Tier 1 (CET1) superior ao exigido em mais de 5 pontos percentuais, a decisão agora tomada permite reforçar ainda mais a capacidade de disponibilizar crédito à economia nacional na presente conjuntura”, refere o banco.

Esta decisão, que se segue à do BCP também ter decidido suspender o pagamento do dividendo referente a 2019, “permite reforçar a capacidade de concessão de crédito à economia em cerca de 8 mil milhões de euros”, nota a instituição.

“Esta decisão vem na sequência de um conjunto de decisões tomadas nas últimas semanas de apoio aos seus clientes e economia nacional que vão muito para além do quadro legal existente”, refere o banco liderado por Castro Almeida.

“Para além do reforço da divulgação, dinamização e disponibilização das linhas de apoio de 3 mil milhões de euros às empresas anunciadas pelo Estado Português, o Santander Totta tem disponível para os seus clientes particulares e empresariais soluções de moratória e renegociação de créditos por restrições temporárias de liquidez que em muito excedem as soluções exigidas pelo quadro legal existente em Portugal”, nota.

(Notícia atualizada às 22h04 com mais informação)