Estrangeiros gastaram 744 milhões em casas no centro de Lisboa. Procura vai cair

Os estrangeiros investiram ainda mais no imobiliário de Lisboa em 2019, mas esse interesse deverá diminuir devido aos recentes travões aprovados pelo Governo, antecipa a Confidencial Imobiliário.

Os estrangeiros continuam cada vez mais interessados no imobiliário nacional. Só no ano passado, foram compradas 1.630 casas na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa, num investimento total de 744,3 milhões de euros, refere a Confidencial Imobiliário. Estes compradores pagaram, em média, mais de 450.000 euros por cada habitação, mas este ano o interesse deverá recuar.

No ano passado, foram investidos 2,11 mil milhões de euros em imóveis na ARU de Lisboa — que exclui o Parque das Nações, as Laranjeiras e a Alta de Lisboa –, um valor que representa uma descida de 12% face ao observado em 2018. Este recuo foi influenciado pela “perda de dinâmica dos compradores nacionais”, cujo volume transacionado caiu 19% para 1,36 mil milhões de euros (4.320 imóveis).

Dos mais de dois mil milhões investidos por particulares na habitação na ARU de Lisboa, mais de 744 milhões (35%) vieram de estrangeiros de 92 países, a maioria da China, França e Brasil. Este peso representa um aumento de 7% face aos 693,9 milhões investidos em 2018. Em média, os estrangeiros pagaram 457.200 mil euros por cada imóvel no ano passado, 45% acima dos 316.000 euros investidos pelos portugueses.

Na hora de comprar casa, as preferências dos estrangeiros recaíram sobre imóveis nas freguesias de Santo António e Santa Maria Maior, refere a Confidencial Imobiliário. Estas zonas agregam 17% e 16%, respetivamente, do montante investido em cada habitação. Misericórdia e Arroios são também outras zonas muito procuradas por estes compradores.

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, salienta que “a maior dinâmica dos estrangeiros (…) poderá ser resposta” às medidas aprovadas pelo Governo para restringir o investimento internacional no imobiliário. “Não será de estranhar uma desaceleração natural no investimento estrangeiro em 2020, à qual há ainda a juntar a atual circunstância de quebra de mercado trazida pelo Covid-19”, refere o responsável, em comunicado.

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