Portugal regista 15.987 casos de Covid-19. “Estamos numa fase de planalto”, diz Marta Temido

A Direção-Geral da Saúde elevou para 15.987 o número de casos confirmados de Covid-19 em Portugal, mais 515 do que no dia anterior. A ministra da Saúde diz que "estamos numa fase de planalto".

As autoridades de saúde portuguesas encontraram 515 novos casos de Covid-19, elevando de 15.472 para 15.987 o número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus no país. Trata-se da taxa de crescimento diária mais baixa já registada desde o início do surto em Portugal, de 3,33%, um dia depois de se ter registado a maior subida de casos em absoluto.

Os dados apurados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) até à meia-noite mostram também que a doença provocou a morte a 35 pessoas nas últimas 24 horas. Esta informação faz subir para 470 o número total de óbitos causados pela pandemia em Portugal até ao momento. Um total de 266 pessoas já recuperou da doença.

Boletim epidemiológico de 11 de abril

Os dados da DGS mostram também que, do total de pessoas infetadas, 1.175 estão sujeitas a internamento hospitalar e outras 233 estão em unidades de cuidados intensivos. As restantes estão a ser acompanhadas nos respetivos domicílios. Além disso, com 9.264 casos confirmados e 258 óbitos registados, a região Norte do país é a mais fustigada pela doença.

Desde 1 de janeiro de 2020 que as autoridades de saúde portuguesas já registaram 130.300 casos suspeitos e 110.352 das pessoas testadas deram negativo para Covid-19. Há ainda 3.961 pessoas à espera de resultado laboratorial, enquanto 25.432 pessoas estão sob vigilância por terem estado em contacto com doentes confirmados.

Ministra admite “fase de planalto”. Portugal está a fazer 9.000 testes por dia

Na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que, “analisado o boletim, aquilo que se mantém em termos de constatação geral é que estamos numa fase de planalto” do surto. Significa, por outras palavras, que o pico em Portugal já terá ocorrido.

Marta Temido disse, contudo, que “todos estes resultados, como temos sublinhado ao longo dos últimos dias, são ainda dados muito preliminares e devem ser interpretados com cautela”. “Mas há aqui um aspeto inequívoco do qual não nos podemos distrair. Todos os nossos esforços precisam de continuar a ser no sentido de reduzir a transmissão”, acrescentou.

A ministra da Saúde abordou ainda as dúvidas suscitadas pelo facto de o número oficial de testes com resultado positivo ser “inferior” ao número oficial de casos confirmados. “Um caso confirmado poderá corresponder a mais do que um teste positivo”, disse Marta Temido, lembrando que um doente pode ser testado várias vezes, para “confirmação interlaboratorial”, todos eles com resultado positivo. “Esses testes contam”, disse.

Marta Temido nega “lei da rolha”

Depois das acusações de autarcas, que acusam o Ministério da Saúde de ter imposto a “lei da rolha” na partilha de informação por delegados de saúde nos respetivos concelhos, a ministra encarou as críticas e negou-as.

“Quero esclarecer inequivocamente que não há qualquer proibição de partilha de informação. Há, sim, um apelo claro a que todas as entidades que integram o Ministério da Saúde, em especial as autoridades locais e regionais, se concentrem no envio de informação atempada e consistente para o nível nacional. Boletins parcelares podem ser causadores de análises fragmentadas. Acresce, pela dimensão de alguns dados, a possibilidade de violação do segredo estatístico”, disse.

Estado tem pagado despesas no privado? Marta Temido nega

No dia em que se sabe que o Bloco de Esquerda questionou o Ministério da Saúde sobre se o Estado está a assumir despesas de todos os doentes com Covid-19 tratados em hospitais privados, depois de uma denúncia na comunicação social, a ministra da Saúde negou também essa possibilidade.

“Ninguém entenderia que o Serviço Nacional de Saúde, de um momento para o outro, ficasse também responsável financeiramente pelos atendimentos dos utentes que, pela sua liberdade e iniciativa, se dirigiram a um prestador privado. Sempre dissemos que a porta de entrada é a linha SNS24. Não faria sentido que utilizássemos agora um outro entendimento distinto do que o que temos utilizado”, disse Marta Temido aos jornalistas.

Segundo a ministra, os grupos privados de saúde podem agora fazer parte da “resposta” à pandemia de Covid-19, mediante termos contratuais aprovados esta semana pelo Governo, mas apenas de doentes encaminhados pelo SNS.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h00)

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