FMI vê taxa de desemprego a duplicar em Portugal este ano
Em 2020, a taxa de desemprego vai subir para o nível mais elevado desde 2014 em consequência da contração de 8% da economia prevista pelo Fundo Monetário Internacional.
A contração de 8% da economia portuguesa em 2020 vai ter um impacto direto e muito significativo no mercado de trabalho. Com muita da economia com mão-de-obra intensiva, como é o caso do turismo, a taxa de desemprego vai disparar por causa da pandemia, antevê o Fundo Monetário Internacional no World Economic Outlook (WEO) divulgado esta terça-feira.
Esta queda do PIB terá um forte impacto no mercado de trabalho com a taxa de desemprego a mais do duplicar dos atuais 6,5% para os 13,9%, nas contas do FMI. Uma subida do desemprego desta dimensão apagaria toda a melhoria registada desde o final de 2014. Ainda assim, a taxa de desemprego ficaria aquém dos 16,2% registados em 2013, o pior ano da crise das dívidas soberanas para Portugal.
Contudo, à semelhança do que acontece com a recuperação do PIB, também o emprego irá recuperar em 2021, reduzindo a taxa de desemprego para os 8,7%. Apesar de se manter num nível superior ao de 2019, a taxa de desemprego ficaria assim a um nível semelhante ao de 2017.
Estas previsões do Fundo têm como pressuposto que a pandemia irá começar a desvanecer no segundo semestre de 2020, permitindo uma redução gradual das medidas de contenção. Assim, o impacto económico será mais severo no segundo trimestre na maior parte dos países, exceto na China (em que foi no primeiro trimestre).
Esta evolução do mercado de trabalho em Portugal é semelhante à que é prevista pelo FMI para Espanha, cujo PIB também deverá contrair 8%. A taxa de desemprego espanhola subirá dos já elevados (em termos internacionais) 14,1% em 2019 para os 20,8% em 2020. A recuperação da economia espanhola de 4,3% em 2020 permitirá a taxa baixar para os 17,5%.
Já em Itália o impacto da quebra do PIB de 9,1% no mercado de trabalho será menor dado que a taxa de desemprego deverá subir de 10% para os 12,7% em 2020, recuperando logo para os 10,5% em 2021. Em média, na Zona Euro, a taxa de desemprego vai subir de 7,6% para os 10,4% em 2020, baixando para 8,9% em 2021.
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