Portugal tem a 3.ª maior dívida da UE, mas foi dos que mais a reduziu em 2019

O rácio da dívida pública face ao PIB baixou 4,3 pontos percentuais em 2019. Ainda assim, Portugal continua a ter a terceira maior dívida pública da União Europeia.

117,7% do PIB. Era este o “peso” da dívida pública no final de 2019 antes da pandemia. Este valor representa uma queda de 4,3 pontos percentuais face ao ano anterior, fazendo de Portugal o quarto país que mais reduziu o endividamento público no ano passado. No entanto, continua a ter a terceira maior dívida pública da União Europeia.

De acordo com os dados publicados pelo Eurostat esta quarta-feira, a dívida pública portuguesa baixou 4,3 pontos percentuais de 122% em 2018 para 117,7% em 2019. Para esta redução contribuiu não só o crescimento da economia, mas também o primeiro excedente orçamental da democracia. No conjunto da Zona Euro, o rácio da dívida pública baixou 1,7 pontos percentuais para os 84,1% do PIB em 2019.

O país que mais reduziu o endividamento público foi o Chipre com uma redução de 5,1 pontos percentuais para os 95,5%. Segue-se a Irlanda (-4,7 pontos) com 58,8% do PIB, ficando assim abaixo do patamar dos 60% do PIB fixado pelos tratados europeus e regressando aos valores de endividamento que tinha antes da crise financeira. E depois a Grécia (-4,6 pontos) com 176,6% do PIB, a maior dívida pública da União Europeia e uma das maiores do mundo.

Este é o ponto de partida dos países europeus ao nível da dívida pública para enfrentarem a pandemia. Segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), o endividamento público vai subir significativamente não só por causa do esforço na despesa pública mas também porque o PIB vai contrair: por exemplo, para Portugal, o Fundo prevê que a dívida suba para os 135% do PIB em 2020, baixando em 2021.

Portugal foi um dos 16 países da UE que fecharam 2019 com excedente orçamental

Portugal (0,2% do PIB) foi um dos 16 Estados-membros que fecharam 2019 com um excedente no saldo das contas públicas, com a zona euro e a União Europeia (UE) a registarem défices de 0,6% do PIB, segundo o Eurostat.

Segundo o gabinete estatístico europeu, Portugal passou de um défice de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 para um excedente público de 0,2% do PIB.

No que respeita às contas públicas, em 2019, a Dinamarca (+3,7%), Luxemburgo (+2,2%), a Bulgária (+2,1%), Chipre e a Holanda (+1,7% cada), a Grécia (+1,5%), a Alemanha (+1,4%), a Áustria (+0,7%), Malta, Eslováquia e Suécia (+0,5% cada), a Irlanda e a Croácia (+0,4% cada), a República Checa e a Lituânia (+0,3% cada) e Portugal (+0,2%) apresentaram excedentes.

Dois Estados-membros chegaram ao fim de 2019 com défices superiores ou iguais a 3% do PIB, quebrando as regras da UE: França (-3,0%) e a Roménia (-4,3%).

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