Consumo de eletricidade caiu quase 14% no mês de abril. Não se via um valor tão baixo desde 2004

Abril ficou marcado também por uma queda de 13% no consumo de gás natural e pela contribuição nula do carvão para a produção de energia elétrica, o que não acontecia desde 1985.

De acordo com os dados mais recentes da REN – Redes Energéticas Nacionais, o consumo de energia elétrica recuou 13,8% em abril (já com a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis), mês em que o país esteve a 100% em estado de emergência.

Sem levar em conta os efeitos de temperatura e dias úteis, a queda no consumo foi de 12% no mês passado. É necessário recuar a agosto de 2004 para encontrar um consumo mensal tão baixo como o verificado este mês”, sublinha a REN em comunicado. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, a evolução até agora é de menos 2,6% no consumo de eletricidade, valor que não se altera com correção de temperatura e dias úteis.

O mês passado ficou também marcado por outro evento histórico: pela primeira vez desde 1985 o carvão não contribuiu, de todo, para a produção de energia elétrica em Portugal. “A produção a carvão que vinha sendo muito reduzida, em abril foi mesmo nula, o que acontece pela primeira vez desde a existência das atuais centrais a carvão de Sines e Pego (desde 1985)”, sublinha a REN.

Da mesma forma, no mercado de gás natural, o consumo nacional registou em abril uma quebra de 26%, com reduções de 13% no segmento convencional e de 66% no segmento de produção de energia elétrica. No período entre janeiro e abril, registou-se um aumento anual de consumo de 6,6%, devido ao comportamento positivo do mercado elétrico no primeiro trimestre. No segmento convencional o consumo caiu 4,1% neste período.

Já em março o consumo de energia elétrica tinha recuado 0,5% por comparação com o período homólogo. “Esta evolução resultou de um período de crescimento no início do mês, seguido de uma forte contração após a declaração do estado de emergência. Entre o dia 18 e o final do mês o consumo corrigido de temperatura baixou cerca de 8% face ao período equivalente do ano anterior”, sublinha a operadora de redes de transporte de eletricidade.

No que diz respeito à produção de eletricidade, em abril as renováveis abasteceram 69% do consumo nacional, a produção não renovável foi responsável por 17%, enquanto os restantes 14% foram abastecidos com energia importada. No mês passado as condições hidrológicas foram favoráveis, com o índice de produtibilidade hidroelétrica a situar-se em 1,17 (média histórica igual a 1), enquanto nas eólicas o índice registou 0,85 (média histórica igual a 1).

Nos primeiros quatro meses do ano, a produção renovável abasteceu 69% do consumo, repartida pela hidroelétrica com 35%, eólica com 26%, biomassa com 6% e fotovoltaica com 2%. A produção não renovável abasteceu 28% do consumo, praticamente apenas com gás natural. Neste período registou-se um saldo importador equivalente a cerca de 2,3% do consumo nacional.

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