Pandemia atira Sonae para o vermelho. Prejuízo foi de 59 milhões no primeiro trimestre

"Queda no resultado líquido é explicada exclusivamente pelo registo prudente de contingências contabilísticas ('non-cash'), no total de 76 milhões de euros", devido à pandemia, explica a Sonae.

A Sonae registou um prejuízo de 59 milhões de euros nos primeiros três meses do ano devido aos efeitos da pandemia. Estes resultados comparam com um lucro de 18 milhões de euros registado nos três primeiros meses de 2019. Para Cláudia Azevedo reconhece, em comunicado, que “em março, a pandemia Covid-19 atingiu as principais geografias” do grupo, que começou “a viver um desafio sem precedentes”. A presidente executiva diz ainda que “todos” os seus negócios foram “fortemente impactados” pela pandemia.

Apesar dos prejuízos, o grupo registou um aumento do volume de negócios consolidado de 7% para 1.552 milhões de euros mas o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 4,6% para 128 milhões.

Relativamente ao EBITDA subjacente, a Sonae terminou o trimestre com 100 milhões de euros, menos 2,4% face a 2019. “Esta ligeira redução é mais do que explicada pela desconsolidação de dois centros comerciais (consequência da transação Prime) nas contas estatutárias da Sonae Sierra”, justifica a empresa acrescentando que, “sem este impacto contabilístico, o EBITDA subjacente do grupo teria crescido 5%”. Para Cláudia Azevedo esta é uma prova da “qualidade e a resiliência do portefólio de ativos” do grupo.

“Em tempos difíceis para muitas empresas em todo o mundo, o portefólio diversificado de negócios líderes da Sonae oferece-nos a garantia de que iremos atravessar esta tempestade e sair dela mais fortes”, sublinha a responsável. “Esta confiança é reforçada pela nossa abordagem conservadora em termos de alavancagem e financiamento, que nos permite enfrentar os próximos meses com os olhos postos no dia seguinte à crise”, acrescenta. A empresa explica os prejuízos, “exclusivamente”, com o “registo prudente de contingências contabilísticas (non-cash), no total de 76 milhões de euros, diretamente relacionadas com a pandemia Covid-19 e, em particular, com o encerramento forçado da atividade em vários negócios”.

A Sonae Fashion foi um desses exemplos onde se sentiu “um forte impacto da pandemia na rentabilidade operacional desde meados de março”, tal como a NOS, que teve um prejuízo de 10,4 milhões de euros em parte explicado pelas “contingências relacionadas com o surto pandémico”.

Os resultados foram “também significativamente impactado por provisões extraordinárias para stocks, tanto na Worten como na Sonae Fashion, diretamente relacionadas com o surto de Covid-19″, acrescenta a empresa em comunicado. “No total, e por razões de prudência num tempo de grande incerteza, foram registados 44 milhões de euros de provisões para stocks no trimestre”, precisa a Sonae.

Apesar de não dramatizar os resultados, Cláudia Azevedo reconhece que “os próximos meses serão duros e todos os negócios serão, de uma forma ou outra, materialmente impactados”. “Neste sentido, e por razões de prudência, registámos já no primeiro trimestre um conjunto significativo de contingências non cash, no sentido de antecipar futuros impactos, nomeadamente na NOS, Sonae Fashion, Worten e Sonae Sierra”, acrescenta.

Grupo com 40 infetados na Azambuja

“Apesar de todas as medidas de segurança, algumas das nossas pessoas foram naturalmente atingidas por este vírus. Uma vez mais, seguimos rigorosamente todas as recomendações da Direção Geral de Saúde de forma a que todos tenham o melhor acompanhamento possível, ao mesmo tempo que minimizamos a possibilidade de contágio”, diz Cláudia Azevedo no mesmo comunicado, numa referência aos cerca de 40 trabalhadores da empresa de logística Sonae, localizada no concelho de Azambuja, que testaram positivo à Covid-19. A empresa já implementou um conjunto de medidas para “minorar este problema”, revelou fonte oficial da Sonae MC à Lusa, nomeadamente o desfasamento dos horários dos turnos e a duplicação de autocarros que transportam os trabalhadores até ao armazém.

Cláudia Azevedo garante que o acompanhamento é “diário, permanente, e assim continuará a ser até” ao final da pandemia e agradece aos colaboradores a “sua generosidade e perseverança”.

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