Centeno: “É mais fácil fazer progressos na UE durante uma crise do que quando o sol está a brilhar”
O presidente do Eurogrupo diz que "infelizmente, é muito mais fácil fazer progressos" na União Europeia "durante os tempos de crise do que quando o sol está a brilhar".
O presidente do Eurogrupo considera que “é muito mais fácil fazer progressos” na União Europeia “durante os tempos de crise do que quando o sol está a brilhar”. Para Mário Centeno a proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é “excelente”.
“Infelizmente, é muito mais fácil fazer este tipo de progressos [na União Europeia] durante tempos de crise do que quando o sol está a brilhar“, afirmou Mário Centeno, em entrevista à CNBC esta sexta-feira, reagindo à proposta da Comissão Europeia para o Quadro Financeiro Plurianual (QFP 2021-2027) e para o Fundo de Recuperação.
Nos últimos anos, tanto o presidente do Eurogrupo como os comissários europeus tinham pedido aos Estados-membros para avançarem com mais reformas da arquitetura da Zona Euro que permitiriam, na sua opinião, fortalecer a resposta da União Monetária e Económica a uma futura crise, a qual chegou agora em 2020.
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Na entrevista, o também ministro das Finanças português recorda a verba anteriormente prevista para o BICC (instrumento para a convergência e a competitividade), e compara-a com o valor agora proposto para o Fundo de Recuperação, o qual chega a ser “quase 75 vezes maior”. “Este é um momento muito importante para a Europa. Sabemos que temos de completar as nossas instituições”, recorda, referindo que a “dívida comum” é uma dessas “instituições” importantes para a UE.
“Temos de elogiar a excelente resposta que estamos a dar para fazer frente à crise ao nível nacional e ao nível europeu”, disse, elogiando a proposta da Comissão Europeia que prevê um reforço do orçamento comunitário em 750 mil milhões de euros, ao abrigo do Fundo de Recuperação (500 mil milhões em subvenções e 250 mil milhões em empréstimos até 2024), que serão financiados por uma emissão de dívida nos mercados financeiros por parte da Comissão em nome da UE.
O presidente do Eurogrupo disse que “é claro nos dias de hoje que tanto a política orçamental como a política monetária uniram-se fortemente para lutar contra esta crise muito peculiar”. “Temos de nos certificar que esta crise é temporária“, acrescentando, pedindo que se evite que esta se torne numa crise estrutural ou financeira da Zona Euro.
Questionado sobre a sua continuação no Eurogrupo, Mário Centeno manteve o tabu sobre se vai recandidatar-se. Remeteu novamente para a reunião de 11 de junho em que arranca o processo de escolha do próximo presidente.
(Notícia atualizada às 15h39 com mais informações)
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