Prestação da casa sobe para máximos de quatro anos em junho

Famílias cuja taxa do crédito da casa sejam revista em junho vão ver a prestação subir entre 0,8% e 2,85%. Nos créditos com Euribor a 3 e 6 meses, será o maior agravamento desde a crise de 2011.

Junho arranca com más notícias para muitas famílias com crédito à habitação. Quem não tiver recorrido às moratórias e revir a taxa de juro do seu empréstimo da casa neste mês, vai sofrer o maior agravamento de encargos desde a última crise financeira, com a prestação da casa a fixar máximos de quatro anos.

O agravamento da prestação vai de um mínimo de 0,8% até ao máximo de 2,85%. Neste quadro, os contratos com os indexantes mais curtos — Euribor a três e seis meses — são os mais penalizados, à semelhança do que já tinha acontecido a quem viu revista a taxa de juro do seu empréstimo em maio.

Considerando o cenário de um empréstimo no valor de 100 mil euros, por um prazo de 30 anos, e com um spread de 1%, os créditos associados à Euribor a três meses vão ver a prestação subir 2%. Trata-se do maior aumento desde a revisão feita em junho de 2011, em pleno pico da crise financeira em Portugal. Serão mais 6,11 euros que elevarão o valor da prestação para os 309,3 euros durante os próximos três meses. Ou seja, a fasquia mais elevada dos últimos quatro anos.

Para os agregados cujos empréstimos da casa estejam associados à Euribor a seis meses, o agravamento dos encargo será ainda maior. Face a última revisão efetuada em dezembro, o acréscimo é de 2,85%. Considerando o mesmo cenário, o valor da prestação aumenta 8,72 euros, para se fixar ao longo dos próximos seis meses nos 315,11 euros. Será necessário recuar até dezembro de 2015 para assistir a um encargo mais elevado.

As famílias com contratos indexados à Euribor a 12 meses — que representam uma pequena fatia do total dos empréstimos da casa em Portugal — também veem os encargos mensais subir. Mas o aumento será o mais curto entre os empréstimos de taxa variável revistos neste mês de junho. A subida será de 0,8%, com o valor da prestação a aumentar 2,41 euros, para se fixar nos 317,93 euros ao longo do próximo ano, tendo em conta o exemplo simulado. Trata-se da prestação mais elevada desde a revisão efetuada há quatro anos, em junho de 2016.

Euribor a 3 meses no último ano

Fonte: Reuters e Lusa

O agravamento dos encargos com o crédito da casa surge no seguimento da subida das Euribor que se intensificou em meados de março, e atingiu em abril o mais recente pico. Nessa ocasião, foram atingidos máximos do início de 2016 no seguimento da crise pandémica.

Subidas de juros que coincidiram com o crescendo das reticências relativamente à capacidade dos bancos, sobretudo daquelas economias que serão mais vulneráveis à recessão que se avizinha — como Itália, Espanha e Portugal — em garantir o financiamento às famílias e empresas dos respetivos países sedentas por liquidez no atual contexto de crise.

Ainda assim, o quadro atual aponta para que ambiente de juros se mantenha não muito distante dos mínimos históricos. A expectativa vai no sentido de que se mantenham mesmo abaixo de 0% pelo menos até março de 2025, indicam os futuros para a Euribor a três meses.

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