TAP regista prejuízos de 395 milhões no primeiro trimestre por causa da pandemia
TAP registou prejuízos de 395 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Pandemia agravou as perdas face ao mesmo período do ano passado.
A TAP registou prejuízos de 395 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Um agravamento significativo face ao mesmo período do ano passado em resultado da pandemia de Covid-19 que teve um forte impacto em março, mais do que anulando o desempenho positivo registado em janeiro e fevereiro.
A companhia aérea apresentou um “resultado líquido negativo do trimestre de 395 milhões de euros impactado por eventos relacionados com a pandemia Covid-19, nomeadamente pelo reconhecimento de overhedge de jet fuel de 150,3 milhões, tendo o resultado líquido sido igualmente impactado por diferenças de câmbio líquidas negativas de 100,5 milhões”.
Excluindo estes dois efeitos, mesmo assim o resultado líquido do primeiro trimestre de 2020 “teria sido negativo em 169,9 milhões de euros“, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM. “No período homólogo de 2019 o resultado líquido foi de -106,6 milhões”, ou seja, agora quase quadruplicou as perdas. O EBITDA foi negativo em -22,6 milhões.
A empresa diz que “a quebra de atividade verificada em março de 2020 em resultado da pandemia Covid-19 impactou negativamente a performance da TAP no primeiros trimestre, compensando a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano”.
Salienta que “março foi já significativamente afetado pelas medidas de contenção adotadas pelas autoridades nacionais e internacionais que se refletiram numa acentuada quebra na procura e levaram a TAP a diminuir a sua capacidade operacional, traduzindo-se numa deterioração progressiva da atividade ao longo do mês”.
Os resultados operacionais da TAP foram negativos em 155,3 milhões de euros, o que compara com os -101,4 milhões registados um ano antes, numa altura em que se assistiu a uma diminuição dos rendimentos operacionais totais em 5,0% e das receitas de passagens em 3,7%, “sendo a diminuição verificada no mês de março de 106,3 milhões (-47,7%) nos rendimentos operacionais totais e de 90,3 milhões (-46,9%) nas receitas de passagens”.
Nos primeiros três meses do ano, houve um “decréscimo do número de passageiros transportados no trimestre em 12,6%, sendo que no mês de março, o decréscimo do número de passageiros transportados atingiu os 54,7% na comparação com o mesmo mês de 2019.
Dinheiro em caixa, dívida sobe
“Apesar do forte impacto da pandemia sentido já em março de 2020, a TAP registou fluxo de caixa operacional positivo no primeiro trimestre, com uma melhoria face ao período homólogo do ano anterior”, diz a empresa, salientando que encerrou os três primeiros meses com uma posição de caixa e equivalentes de 280,4 milhões.
A empresa apresenta este saldo positivo, a que se juntam 70 milhões de euros em recebíveis de cartões de crédito no Brasil, à custa de “medidas de proteção de caixa, nomeadamente iniciativas de controlo e redução de custos, incluindo a suspensão ou adiamento de investimentos não críticos, renegociação de contratos e prazos de pagamento, corte de despesas acessórias, suspensão de contratações de novos trabalhadores, de progressões e de formações, bem como a implementação de programas de licenças sem vencimento temporárias”.
A ajudar ao saldo positivo esteve a quebra do endividamento. “A dívida remunerada representada por empréstimos bancários e obrigações durante o trimestre diminuiu em aproximadamente 139 milhões de euros, tendo sido realizada em fevereiro de 2020 uma amortização no montante de 158,6 milhões referente a um financiamento com um sindicato de bancos portugueses (com extensão da maturidade do montante remanescente desse financiamento)”, diz a empresa. Passou para 944,4 milhões, sendo que a dívida financeira ascendeu a 1.407 milhões.
(Notícia atualizada às 23h22 com mais informação)
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