Governo quer manter apoios às empresas para evitar mais miséria, insolvências e desemprego

  • Lusa
  • 8 Julho 2020

"Já mobilizámos quase 20 mil milhões de euros de apoio à economia sobre diversas formas e vamos continuar a disponibilizar apoios", disse Siza Vieira.

O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou esta quarta-feira que pretende manter os apoios às empresas para evitar que se “precipite mais miséria, mais insolvências e mais desemprego”, após a visita à empresa MatCerâmica, na Batalha.

“Neste momento já mobilizámos quase 20 mil milhões de euros de apoio à economia sobre diversas formas e vamos continuar a disponibilizar apoios, seja com mobilização de fundos europeus seja com o aumento da despesa pública, como seja com o apoio ao investimento público. Nesta altura, a economia precisa de estímulos. Quando a procura se contraiu nos mercados internacionais e no mercado interno, é preciso sermos capazes de ajudar esta procura a recompor-se, para que as empresas e os trabalhadores possam manter um nível de ocupação. Não será aquele que tivemos no ano passado, mas que não seja tão baixo que precipite mais miséria, mais insolvências e mais desemprego”, sublinhou Pedro Siza Vieira.

O Governo anunciou esta terça-feira o apoio de mil milhões de euros para micro e pequenas empresas. O ministro lembra que a reação nesta crise é diferente da anterior: “Não houve uma retração do crédito”.

“Pelo contrário, estamos a fazer todos os esforços para que a liquidez continue a chegar às empresas. Fizemos um esforço muito grande para aliviar as empresas com os compromissos que têm com os bancos, através da moratória bancária, e é preciso continuar a apoiar o esforço de vendas com o reforço dos seguros de crédito à exportação. Com este tipo de enquadramento, o esforço dos empresários pode conhecer melhores resultados”, constatou o governante.

Pedro Siza Vieira prefere não fazer antevisões como as que foram anunciadas por Bruxelas, que apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) português deverá recuar 9,8% em 2020. “Não sou economista nem ministro das Finanças, não tenho de fazer previsões. Tenho de ajudar a criar as condições para que as empresas possam responder o melhor possível a todas as circunstâncias do mercado”, afirmou. “Olhando para as projeções, aquilo que vemos é que a Comissão Europeia estima que o pior momento do ano tenha sido o segundo trimestre”, acrescentou o ministro.

“E já estima um crescimento neste terceiro trimestre com alguma importância e com uma continuação do nosso crescimento nos meses seguintes. Vamos esperar que a situação pandémica a nível mundial evolua positivamente. Vamos continuar a apoiar as nossas empresas, vamos ver o exemplo de empresários que vão à luta e que se apoiam no esforço dos seus trabalhadores, e tentar fazer com que a retoma seja segura e certa”, referiu ainda.

A visita à MatCerâmica, em São Mamede, concelho da Batalha, no distrito de Leiria, serviu para “ouvir como é que passaram os momentos mais difíceis do confinamento e como se está agora a comportar um mercado, que ainda é incerto, mas que, apesar de tudo, está a reagir bastante bem”.

“Percebemos que a produção está sólida e que as perspetivas neste momento são positivas. Com alguma insegurança sobre os meses que se seguem, mas com a sensação de que o pior já passou. [Esta é] uma empresa, como outras do distrito, que investiram no passado, não só na melhoria dos processos produtivos, mas na marca, na inovação, no ‘design’, estão melhor preparadas para responder à retoma do mercado”, admitiu.

O director-geral da MatCerâmica, Marcelo Sousa, aproveitou a visita de Pedro Siza Vieira para contribuir com sugestões para novas medidas. “A intenção é sermos úteis, para que a retoma seja o mais acelerada possível”, referiu o empresário, que entende que “é bom saber que alguns pontos já estão em agenda”, nomeadamente a questão do seguro de crédito.

“Somos uma empresa exportadora e há um conforto se tivemos ao nível dos seguros de crédito outro tipo de apoios, não só dos créditos das vendas, como o risco de fabrico, o cancelamento de encomendas, cujo momento é muito propício a isso, e que deixa muitas vezes as empresas sem o mínimo de segurança”, disse o diretor-geral.

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