Atividade industrial da China cresce em julho ao ritmo mais rápido em quase 10 anos

  • Lusa
  • 3 Agosto 2020

O índice de gestores de compras atingiu os 52,8 pontos em julho, o máximo desde janeiro de 2011, e já depois de ter subido aos 51,2 pontos, no mês passado. É o ritmo mais rápudo em quase 10 anos.

A atividade industrial da China cresceu em julho ao ritmo mais rápido em quase uma década, segundo o índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro, publicado esta segunda-feira pela revista económica Caixin.

O PMI de julho atingiu os 52,8 pontos, o máximo desde janeiro de 2011, e já depois de ter subido aos 51,2 pontos, no mês passado. Uma leitura acima dos 50 pontos indica crescimento da atividade do setor, enquanto uma leitura abaixo indica contração.

Na sexta-feira, o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) informou que o PMI oficial do setor manufatureiro fixou-se nos 51,1 pontos, em julho, no quinto mês consecutivo de crescimento.

“No geral, os surtos em algumas regiões não prejudicaram a tendência positiva no setor manufatureiro, que continuou a recuperar, apesar das medidas adotadas para controlar a epidemia”, disse Wang Zhe, economista da Caixin.

“Os níveis de oferta e procura melhoraram, com os indicadores a manter a dinâmica. No entanto, precisamos de continuar a prestar atenção à vulnerabilidade no mercado de trabalho e à procura externa”, disse.

Segundo a consultora britânica Capital Economics, o PMI oficial, divulgado na sexta-feira, “apontou já para uma forte recuperação, no início do terceiro trimestre, mas o índice da Caixin, publicado esta segunda-feira, é ainda mais otimista e indica que a taxa de expansão da indústria, no mês passado, foi a mais forte em quase uma década”.

Os dados da pesquisa são consistentes com a nossa opinião de que as políticas de estímulo abriram caminho a um período de crescimento acima da tendência na indústria e na construção”, diz o economista Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics, num relatório.

O analista acrescentou que “no curto prazo, isto deve ajudar a compensar a contínua fraqueza no consumo e nos serviços, permitindo que a economia como um todo retorne à normalidade de ‘antes da guerra’ [contra a epidemia]”.

O país onde a pandemia do novo coronavírus começou, em dezembro, foi também o primeiro a repor a normalidade, a partir de março, depois de o Partido Comunista Chinês ter declarado vitória sobre a doença.

A indústria e outras atividades estão a regressar aos níveis anteriores à pandemia, mas a procura externa, no entanto, permanece moderada, à medida que a pandemia do novo coronavírus atingiu os mercados de exportação da China.

Os consumidores chineses, que perderam rendimentos, estão também relutantes em realizar grandes compras. Nos primeiros seis meses do ano a economia chinesa contraiu 1,6%.

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