“Prevíamos quebra de 70% com o corredor aberto. Fechado vai ser pior”, diz a AHP

"A ser excluído, e é o que parece [que vai acontecer], são péssimas notícias" para o turismo português, diz Cristina Siza Vieira, CEO da AHP.

O Reino Unido tirou Portugal da “lista negra” a 22 de agosto. Duas semanas depois, com o aumento dos casos de contágio pelo novo coronavírus a aumentar, tanto cá como nos outros países europeus, os britânicos preparam-se para tirar o país dos seus corredores aéreos. Uma decisão que, a confirmar-se, vai ter “impacto imediato” no turismo nacional, diz Cristina Siza Vieira ao ECO. Se o ano já era de perdas, com a saída desta “via verde” será ainda pior.

“Quando foi aberto [o corredor aéreo], houve um boost em todos os sentidos: tanto em termos da aviação como da hotelaria. A ocupação dos aviões passou dos 40% para 60%, sendo ainda maior no caso do Algarve”, diz a CEO da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP). E nos hotéis, aumentaram as intenções de reservas para setembro e outubro.

"A ser excluído [do corredor aéreo britânico], e é o que parece [que vai acontecer], são péssimas notícias” para o turismo português”

Cristina Siza Vieira

CEO da AHP

Agora, cerca de duas semanas depois da abertura, cresce a expectativa de que Portugal vá abandonar esse corredor aéreo devido ao agravamento no número de casos de coronavírus no país. A decisão, segundo a imprensa britânica, deverá ser anunciada pelo governo britânico esta quinta-feira, 3 de setembro.

A ser excluído, e é o que parece [que vai acontecer], são péssimas notícias” para o turismo português. “O último trimestre do ano fica comprometido”, atira Cristina Siza Vieira, lembrando que havia expectativa, nomeadamente no Algarve, de que fosse possível captar turistas britânicos nos meses de setembro e outubro para o golfe.

Os turistas britânicos representam 20% das receitas do turismo nacional. Ficar sem estes turistas, que com a exclusão de Portugal do corredor aéreo passam a ter de cumprir 14 dias de quarentena no regresso ao Reino Unido. Neste sentido, será uma “depressão grave”, diz a CEO da AHP em declarações ao ECO.

Essa “depressão grave” torna complicadas as contas para a hotelaria. Só “o Algarve, em agosto, registou perdas de mais de 50% de receitas”, resultado da quebra nas dormidas pela diminuição dos turistas britânicos. Para o total do ano, a nível global, “com o corredor aéreo [britânico] aberto, estávamos a apontar para perdas de 65% a 70%”. Com o corredor fechado, Cristina Siza Vieira não tem ainda contas feitas. No entanto, não tem dúvidas que “vai ser pior”.

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