Crédito ao consumo cai pela primeira vez desde o confinamento
Em agosto, foram concedidos 504 milhões de euros em crédito ao consumo, menos 32,8 milhões de euros face ao registado no mês anterior.
A concessão de crédito ao consumo sofreu a primeira travagem desde o confinamento em abril. Em agosto, os bancos e as financeiras disponibilizaram 504 milhões de euros em empréstimos para consumo, interrompendo um ciclo de três meses seguidos a recuperar. O recuo no crédito automóvel foi o principal motor dessa descida da concessão.
Dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal indicam que os portugueses foram buscar aos bancos e às financeiras perto de 504,4 milhões de euros em empréstimos para consumo, em agosto. Este montante corresponde a uma redução de 6,1%, correspondente a 32,8 milhões de euros, face aos 537,2 milhões de euros que se tinham verificado no mês anterior.
Esta quebra segue-se a um período de três meses de recuperação gradual dos níveis de concessão após o trambolhão registado em abril, ocasião em que o confinamento ditou a quase paralisação da economia. O crédito automóvel estava a ser o principal motor dessa recuperação e é também o principal responsável pela quebra verificada em agosto.
Automóvel a conduzir rumo do crédito ao consumo
Fonte: Banco de Portugal
Nesse mês, os portugueses contrataram 250,3 milhões de euros em crédito automóvel. Esta quantia corresponde a uma redução de 11,4% — 32,2 milhões de euros — em comparação com os 282,5 milhões de euros que se tinham verificado em julho.
A redução da concessão foi transversal às diferentes tipologias de financiamento automóvel e atingiu tanto as viaturas novas como as usadas.
Para a aquisição de usados, os portugueses foram buscar 173 milhões de euros aos bancos e às financeiras, em agosto, uma diminuição de 9,9% face a julho. Já para a aquisição de carros novos, o valor concedido foi 77,2 milhões, um corte de 14,7% face a julho.
Também os outros créditos pessoais — categoria onde se incluem financiamentos para a aquisição de férias, artigos para o lar e eletrodomésticos, por exemplo — contribuíram para a redução do crédito ao consumo concedido em agosto, mas em menor dimensão. Foram concedidos 170 milhões de euros com esse fim, uma descida de 2,6% face a julho.
Contudo, houve duas categorias de financiamento que contrariam a tendência global de quebra registada em agosto. Foi o que a aconteceu com os cartões de crédito que foram mais utilizados pelos portugueses no mês de eleição dos portugueses para fazer férias. Foram disponibilizados 76,6 milhões de euros em crédito com esse fim, uma subida de 4,2% face a julho, para máximos desde março.
Já no crédito pessoal, mas com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, o valor concedido foi de 7,4 milhões de euros, 13,1% acima do registo de julho.
(Notícia atualizada às 13h00)
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